A manhã estava clara, o tipo de luz que o universo usa pra anunciar que algo se alinhou.
O portão de vidro da VittaFran se abriu e, pela primeira vez em semanas, Lívia atravessou o saguão.
Os passos eram firmes, mas o coração acelerava.
Não por medo — por força.
Era o corpo reconhecendo o território de onde foi arrancada e agora voltava por mérito, não por misericórdia.
Alguns rostos se ergueram discretamente.
Uns sorriram, outros desviaram.
Mas ela andava como quem não devia nada — com o cabelo solto, o blazer justo, o perfume doce e sereno.
No painel central, o aviso oficial:
“Reintegração da colaboradora Lívia Andrade às atividades de Treinamento e Desenvolvimento.
Procedimento finalizado. Caso encerrado.”
Bruna a esperava próxima aos elevadores, com um sorriso contido.
— Finalmente.
— Finalmente. — respondeu Lívia, respirando fundo. — É bom voltar sabendo quem eu sou.
Bruna piscou. — E o Rafael?
— Ele ainda é o CEO. — disse, tentando disfarçar o sorriso. — E eu ainda sou uma funci