Capítulo – As Portas Fechadas da Infância
Ele fecha os olhos diante do espelho rachado.
Respira fundo.
Deixa que o cheiro de mofo e vela o leve de volta no tempo.
E, aos poucos, ele lembra.
Um lugar escondido, antes do prédio existir
A ruína antiga. A tal que viu refletida no apartamento.
Uma construção de pedra enterrada na terra, cercada por árvores secas e um silêncio impossível.
Lá, ele entrou com Camila e Victor. Crianças também.
Camila chorava.
Victor tremia.
Mas foi ele, Jonas, quem seguiu em frente.
"Você não devia entrar aí, Jonas", Camila sussurrou, segurando uma vela azul.
Dentro da ruína, havia o mesmo espelho.
Menor, limpo, pendurado como um altar.
Na frente dele, um livro aberto em uma língua que ele não entendia, mas que conseguia ler.
Ele leu.
Sem saber por quê.
Sem saber o que aquilo faria.
E quando terminou…
o Pesador apareceu.
O primeiro pacto
A voz ecoou dentro da ruína:
"Um de vocês será o receptáculo.
Um de vocês ficará preso comigo até a próxima era."
Camila se