— Desculpe?
Ele reprime um sorriso irônico e estala a pétala de uma rosa morta que ainda repousava no vaso com água desbotada. Disfarcei a cor avermelhada que subia às minhas bochechas, amaldiçoando-me por não ter descartado as flores murchas antes.
— Perdi alguma coisa, senhor?
— Você não foi avisada para ir almoçar... — ele fez uma pausa para olhar o relógio enquanto meu rosto queimava — trinta minutos atrás?
— E-eu... — Tropecei nas minhas próprias palavras com os olhos arregalados e a boca seca. Como se estivesse na fila, e para me ajudar a me meter no que parecia ser mais encrenca do que eu já estava, meu estômago roncou de fome intensa. Apertei os lábios. — Eu estava ocupada, senhor.
Parecia que minha responsabilidade profissional não funcionava com ele, e a curva em seus lábios comprovava minha teoria. Ele olhou para a pilha de papéis, com uma expressão indecifrável. Aliso minha saia enquanto me levanto, pigarreando para chamar sua atenção novamente.
— Não foi culpa do estagi