Narrado por Maitê
A madrugada havia caído, e a casa estava silenciosa, como se o mundo ao nosso redor também estivesse em pausa. As poucas coisas que precisávamos levar estavam arrumadas, mas eu não conseguia me livrar da sensação de que estava prestes a deixar um pedaço de mim para trás. Mesmo que tivéssemos um dia para descansar, algo dentro de mim já estava em movimento, acelerado, como se o tempo tivesse apertado a compressa. Decidi sair para fora, precisava sentir a brisa fria que passava pelas janelas, que me lembrava de quem eu era, de onde eu vinha.
Caminhei até o escritório e abri a gaveta onde meu avô guardava os cigarros. Peguei um de menta, o último que restava, e me dirigia para o exterior. A noite estava sem lua, e o cheiro da terra molhada invadiu minhas narinas enquanto me sentava de frente para a floresta, o vento batendo suavemente em meu rosto. Mas logo a calma foi quebrada. Minha respiração ficou irregular, e as batidas do meu coração começaram a pulsar com força,