Narrado por Lúcifer
Quando o Caveira finalmente chega, ele não perde tempo e começa a me dar o maior sermão pela condição em que me encontro, desde o coma de Maitê. Sei que ele está certo em parte, mas não consigo deixar de me sentir culpado. Não sei explicar direito, mas, apesar de não ter nada com ela, sinto que falhei em protegê-la. Cada minuto perdido, cada erro cometido, pesa sobre mim como uma sentença sem fim. Se eu tivesse agido de forma diferente, se tivesse chegado antes ao baile… talvez nada disso tivesse acontecido.
Mas agora não há espaço para arrependimentos. O que importa é o que eu faço daqui para frente.
Saio desses pensamentos turbulentos e sigo com o Caveira até a sala de tortura. Ela fica um pouco mais acima da entrada principal do morro, um lugar onde a dor nunca parece ter fim. Quando chegamos, o Lorde está lá, sentado como se nada tivesse acontecido, o rosto todo estourado, mas mantendo aquele sorriso cínico. O cheiro de sangue e ódio no ar é sufocante.
— Ora, o