O amanhecer entrava pelas janelas, preenchendo a sala com uma luz pálida e fria. Mariana havia passado a noite em claro, o celular ao lado, a mente em um turbilhão enquanto tentava processar tudo o que vira. Vencida pelo cansaço e pela angústia, acabara adormecendo no sofá, o rosto marcado pela exaustão e pelas lágrimas.
O som da porta sendo destrancada a despertou lentamente. Ainda grogue, abriu os olhos e viu Gabriel entrar, cambaleando. A expressão dele era abatida, e o cheiro de álcool o denunciava: ele havia bebido muito.
— Gabriel? — murmurou, a voz carregada de incredulidade e surpresa ao vê-lo naquele estado.
Ele parou, a expressão confusa enquanto tentava focar o olhar nela. O rosto estava cansado, e ele demorou a processar a presença de Mariana ali.
— Ah… você ainda está aqui, Mariana… — disse ele, as palavras arrastadas, a voz carregada de cansaço e algo mais profundo que ele tentava esconder.
Mariana se endireitou no sofá, sentindo a indignação e a mágoa crescerem enquanto