O frio foi a primeira sensação que atingiu Elisa. A cabeça latejava como se tivesse sido golpeada, e a garganta ardia ... resquício do pano embebido que a silenciara horas antes. Quando abriu os olhos, a penumbra revelou paredes de concreto úmidas, uma janela pequena gradeada e uma lâmpada oscilando sobre sua cabeça.
O pânico veio como uma onda gelada, olhou para sua barriga assustada, mas estava lá ainda seus bebês protegidos.
Tentou mexer os pulsos, mas estavam amarrados atrás da cadeira com cordas grossas. A respiração acelerou, o coração disparou.
Alô?! Tem alguém aqui?! ... gritou, mas sua voz ecoou sem resposta.
Nos minutos seguintes, cada lembrança voltou como fragmentos cortantes: o sorriso de Sophia no orfanato, o carro preto, o cheiro sufocante, a escuridão.
Foi como se o chão sumisse sob seus pés.
Não… não pode ser… murmurou, sentindo a náusea subir.
A imagem de Sophia, oferecendo-se para acompanhá-la, agora parecia um quadro pintado de pura falsidade. Elisa percebeu,