Desde a noite da conversa com Elisa, Eduardo estava inquieto.
A imagem dela, decidida, firme, pedindo o divórcio, não saía da sua cabeça. Mas ele se recusava a aceitar que isso fosse por mágoa real.
Não podia ser amor.
Ela está jogando comigo ... resmungou, sozinho em seu carro, enquanto dirigia em direção ao hospital onde Sophia fazia novos exames.
Na mente, o mesmo argumento se repetia:
Ela quer escapar do contrato antes da hora. Quer sair como vítima. Me colocar como vilão. E talvez, até... esteja com outro.
Quanto mais pensava, mais irritado ficava.
E quanto mais se irritava, mais se agarrava a Sophia.
No mesmo dia, pegou o telefone:
Vou passar aí pra te buscar. Quero conversar com você. Em casa.
Sophia sorriu ao outro lado da linha.
Era tudo o que queria.
O jogo estava virando a seu favor.
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Na cobertura, Elisa ouvia música clássica no quarto, com o laptop no colo, finalizando a tradução de um artigo médico sobre degeneração neurológica.
Tentava