O vento da madrugada soprava forte sobre a cidade, mas não era o frio que arrepiava a pele de Elisa naquela noite. Era a sensação de que algo estava prestes a acontecer, algo maior do que qualquer ameaça que já haviam enfrentado. Enquanto ajeitava os gêmeos em seus berços, beijando-lhes a testa, Elisa sentiu no íntimo que aquela calmaria era apenas o respiro antes da tempestade.
Na sala da mansão, Eduardo analisava relatórios enviados pelo detetive. Shopia havia escapado da prisão com ajuda de contatos do submundo, mas agora parte daquela rede de proteção estava ruindo. Um dos seus próprios cúmplices havia traído, passando informações à polícia ... e pior, talvez até colaborando com os Castros.
Eduardo fechou a pasta com força, a mandíbula rígida. A traição a enfureceria, ele sabia disso. E se já era perigosa em liberdade, acuada ela se tornaria imprevisível.
Ela não vai parar, Elisa... murmurou quando a esposa entrou na sala, delicada mas com olhar firme. Cada passo que damos, el