Helena acordou cedo, como de costume, ainda sentindo o peso do dia anterior. A revelação de Íris permanecia como uma sombra na sua mente, e a lembrança do olhar de Rafael, tão confuso quanto culpado, não saía de seu pensamento. Ela se vestiu com cuidado, tentando passar uma aparência de normalidade para o mundo, mas por dentro sentia-se como se estivesse flutuando, sem chão.
Ao chegar no Café Aurora, o aroma familiar de café recém-passado trouxe uma pontada de conforto. Bianca já estava por lá, ajeitando as mesas e cantando baixinho uma melodia que, por alguma razão, fez Helena suspirar. Ela se aproximou do balcão, tentando encontrar forças para encarar o dia.
— Bom dia, Helena! — Bianca disse, percebendo o semblante pesado da amiga. — Vai dar certo. Hoje você só precisa cuidar de você mesma, ok? Sem pressa, sem estresse.
Helena sorriu de leve, agradecendo com um aceno. — Vou tentar, Bianca.
Enquanto organizava algumas xícaras, ouviu o tilintar da campainha anunciando a entrada de um