Layla
A festa estava bonita demais para ser real. Cada canto do arranha-céu reluzia como se o próprio vidro tivesse engolido estrelas. Pessoas riam, brindavam, comentavam negócios como se o mundo fosse só champanhe e contratos. Mas eu não conseguia respirar.
Desde a sacada, onde Kaleo me encurralou minutos antes, minha pele ainda latejava. Era como se o vidro frio tivesse marcado meu corpo tanto quanto a presença dele. A cada passo, eu sentia o olhar dele me seguir, mesmo quando estava em meio à multidão.
— Amor, você está bem? — Bart segura minha mão no meio do salão, sorriso pronto — Você parece nervosa.
— Estou com calor. — Minto, puxando o vestido discretamente — Vou pegar ar de novo.
Ele se oferece para vir junto, claro, mas eu recuso.
— Fica. As pessoas querem falar com você. — Dou o beijo rápido que ele espera e atravesso o salão, ignorando os olhares que reconhecem em mim apenas “a namorada do arquiteto promissor”.
Abro a porta lateral que dá acesso ao terraço. O vento frio m