Isabela
O quarto está silencioso, iluminado apenas pela luz tímida da manhã que se infiltra pelas frestas da cortina. O ar ainda carrega o calor da noite, um resquício do corpo dele junto ao meu.
Acordo devagar, sentindo o peso familiar e, ao mesmo tempo, novo, do braço de Dante ao meu redor. Seu rosto está relaxado, sem as sombras de preocupação que sempre o acompanham. Pela primeira vez, ele parece... em paz.
Meu peito se aperta com uma ternura inesperada. Foram tão poucas as vezes que o vi assim, entregue a um descanso verdadeiro. Não há tensão em seus traços, não há aquela constante luta invisível contra o mundo. Apenas Dante, respirando suavemente, os lábios entreabertos, o calor do corpo dele mesclando-se ao meu.
Com cuidado, começo a me mover, tentando sair da cama sem acordá-lo. Mas, no instante em que deslizo para longe, ele resmunga algo inaudível e aperta o braço ao meu redor, mantendo-me ali.
— Dante... — murmuro com um sorriso, tocando seu rosto com suavidade.
Seus olhos