Isso não é um pedido, Isabela. É uma ordem.
Isabela
Infelizmente, não consegui ouvir mais nada. O barulho do carro ligando e depois sumindo abafou as últimas palavras de Dante ao telefone. E então, o silêncio.
Ando de um lado para o outro no quarto, inquieta. Meu corpo está tenso, como se meus músculos estivessem travados numa constante prontidão para a fuga. Fecho os olhos e respiro fundo várias vezes, tentando domar o caos dentro de mim. Mas não adianta. Eu ainda estou aqui. Ainda sou prisioneira de um homem que não deveria me afetar.
Minutos depois, o cheiro de café fresco se espalha pela casa, mas em vez de conforto, ele traz uma estranha antecipação. Não demora muito para o som da chave girando na fechadura se fazer presente. Meu coração salta uma batida quando Dante entra.
Ele está diferente. Não é só a calça jeans e a camiseta branca que tornam sua presença mais marcante. A barba mais aparada, os cabelos ainda úmidos do banho… Mas o que realmente me paralisa é a expressão em seu rosto. Há cansaço. Algo sombrio. Algo que