Leandro
O silêncio na sala pesa como uma sombra espessa, sufocante. Seguro o telefone com força, meus dedos cravando no aparelho. O que acabei de ouvir... não faz sentido. Não parece certo.
— Ela ligou. — Minha voz sai firme, mas dentro de mim, há um caos furioso.
Carlos ergue os olhos do tablet, interessado.
— O quê? Isabela?
Assinto, mas não me sinto aliviado. Meu coração bate forte, e não de um jeito bom.
— Sim. Disse que está na fazenda do pai. Que precisa de um tempo.
Carlos solta um suspiro, recostando-se na cadeira.
— Então pronto. Ela está bem.
Meu maxilar trava.
— Não, não está.
Ele franze a testa.
— Como assim? O que ela disse exatamente?
Cruzo os braços, tentando organizar os pensamentos, mas está tudo embaralhado. A voz dela. O tom. O jeito apático.
— Ela falou que precisava de um tempo, que estava segura… mas a voz dela, Carlos. Não parecia a Isabela.
Ele me observa com atenção, mas ainda não parece convencido.
— Talvez ela só esteja cansada. Você sabe, depois de tudo…
Ba