Marília tremeu a mão ao aplicar o pó, e o pincel acabou tocando os lábios de Cipriano.

— Desculpa.

Marília pegou um lenço umedecido para limpar, mas Cipriano segurou sua mão com firmeza.

— Você ainda não respondeu à minha pergunta.

Marília tentou retirar a mão, mas Cipriano não a soltou, obrigando-a a encará-lo.

— Eu tenho namorado.

— Eu sei.

Marília franziu a testa.

— Então, por que você ainda não me solta?

— Você tem namorado, mas não é casada. Por que não tenta algo comigo?

Ele foi direto, deixando claro que estava interessado nela.

Marília achava que, se não se encontrassem, o assunto nunca seria tocado e a situação entre os dois não seria desconfortável.

Nunca imaginou que ele fosse se declarar tão rapidamente.

Mas ela já era casada, tinha um marido.

Marília então, com um semblante frio, disse:

— Meu namorado é muito bom.

— Você acha que ele é bom, mas se me der uma chance, vai ver que sou melhor que ele. Mimi, eu posso ser melhor para você. Me dá uma chance?

Os olhos de Cipriano