O sol mal havia despontado pelas cortinas do apartamento quando Adam despertou, ainda com o coração acelerado. A cena da noite anterior queimava em sua mente como se tivesse acontecido de verdade. Ele respirou fundo, passou as mãos no rosto e levantou-se devagar. O cheiro de café recém-passado e pão aquecido veio da cozinha. Sua mãe já estava de pé, ocupando-se em arrumar a mesa como se aquela fosse a rotina natural da vida dela. Mas agora havia algo diferente: Clarence parecia leve, solta, quase sorridente.
Adam se aproximou, puxou uma cadeira e, antes de sentar, soltou num suspiro carregado de inquietação:
— Mamãe, eu tive um sonho...
Ela ergueu os olhos do bule que servia, curiosa, e notou a seriedade no rosto do filho.
— Um sonho? — perguntou, com aquele tom suave, mas firme, de quem agora começava a aprender a escutar e não apenas se calar. — Quer me contar?
Ele respirou fundo.
— Eu me vi no clube... — começou, hes