Ava empurrou a porta com o ombro, já tirando os sapatos no hall para não riscar o piso encerado. O cheiro de roupa limpa e de chá de capim-limão vinha do corredor, e a casa tinha aquele silêncio vivo de fim de tarde. Largou a bolsa na prateleira, passou a mão no cabelo e foi direto para o quarto da mãe.
— Mãe? — chamou, batendo de leve no batente.— Entre, filha — respondeu a mãe, sentada na beira da cama, dobrando uma pilha de toalhas com calma de quem conhece a casa pelo cheiro.Ava sorriu, entrou, sentou-se ao lado e encostou o ombro no ombro dela, como quando era pequena.— Preciso te contar uma coisa boa — disse, já com um brilho diferente nos olhos. — Hoje, voltando do trabalho, encontrei a mãe do doutor Adam. A dona Claricen.A mãe parou no meio da dobra, a toalha suspensa no ar.— A, dona Claricen? — repetiu, e a voz saiu mais leve, quase juvenil. — A minha Claricen?— A própria. Pediu para te dar um recado: diss