Adam abriu o notebook, ajustou os óculos e clicou no arquivo que acabara de chegar. Estava pronto para encontrar erros básicos, deslizes comuns de quem ainda não tinha experiência prática. Mas, ao rolar a tela, franziu o cenho.
Trechos em vermelho chamavam atenção: não eram cortes impensados, eram correções precisas. Pontos que até mesmo o jurídico, com anos de prática, havia deixado passar. Palavras vagas, cláusulas abertas, artigos mal encaixados — tudo devidamente corrigido, com notas laterais sugerindo alternativas.Ele se inclinou para frente, apoiando os cotovelos sobre a mesa, os olhos correndo pelas linhas com uma intensidade crescente."Não é possível..." — murmurou para si mesmo.Nas margens, Ava havia deixado observações diretas, concisas, quase profissionais: “Cláusula de exclusividade mal definida — sugerir prazo determinado para evitar contestação futura”. Logo abaixo, outra: “Ausência de previsão de multa em caso de quebra de contrato; r