O silêncio naquela mansão parecia mais pesado que qualquer palavra dita. Camila manteve-se ereta, olhando diretamente para aquele homem que chamava de pai sem nunca ter sido. Rodrigo recuou levemente, levou a taça até os lábios e, após um gole lento, arqueou a sobrancelha, avaliando cada reação dela como se ela fosse um investimento prestes a ser feito — ou descartado.
Leonardo estava imóvel ao lado de Camila, mas qualquer um que o conhecesse bem saberia que ele estava à beira de perder o controle. Seus dedos tremiam, não de medo, mas de puro ódio contido. Ele sempre soube que Rodrigo era uma lenda viva do submundo corporativo, um fantasma que comprava impérios e destruía dinastias com um estalar de dedos. E agora, esse homem ousava reivindicar Camila, como se ela fosse um prêmio de guerra.
— Você não mudou nada, não é? — Leonardo quebrou o silêncio, sua voz como uma lâmina afiada. — Continua acreditando que tudo e todos têm um preço.
Rodrigo deslizou as mãos pelos bolsos, encarando-o