O ar frio da manhã suíça parecia cortar a pele de Camila enquanto ela saía do aeroporto, seu olhar fixo no horizonte cinza da cidade que prometia segredos e respostas. Zurique não era apenas um ponto no mapa para ela; era um labirinto de sombras do passado que precisava ser desvendado. Cada passo que dava entre as ruas cuidadosamente pavimentadas trazia um misto de nervosismo e coragem — sentimentos que disputavam espaço em seu peito.
Ela segurava firme a pasta com os documentos que Marcos havia lhe entregue, assim como o diário vermelho de Letícia, que agora era seu guia silencioso. A cada página relida, sentia-se mais próxima da mulher que sua mãe fora, e mais distante da menina que acreditava conhecer seu próprio passado. O diário, embora repleto de confissões e dor, também continha pistas que só agora começavam a fazer sentido.
“Conta nº 421-BL-9”, repetia para si, tentando não deixar que a voz trêmula denunciasse o medo que crescia dentro dela. Esse número era a chave, mas o que