Acordar em Zurique trouxe a Camila uma estranha mistura de inquietação e esperança. As primeiras luzes da manhã filtravam-se pelas cortinas pesadas do quarto de hotel, iluminando as paredes austeras e frias. Ela sentia o peso do diário vermelho em sua mala — um testemunho vivo do passado que não podia mais ignorar.
Leonardo estava na varanda, olhando para o lago, o semblante carregado. Camila se aproximou silenciosamente, notando as mãos firmemente entrelaçadas atrás das costas, como se tentasse conter algo dentro de si.
— Você não dormiu — disse ela, quebrando o silêncio.
Ele se virou, e um sorriso cansado cruzou seu rosto.
— Dormir é para os que podem se dar ao luxo da paz. Mas essa não é a nossa realidade.
Camila sentiu o frio da manhã, mas seu corpo parecia queimar de ansiedade.
— E o que faremos agora? — perguntou, a voz quase um sussurro.
— Primeiro, precisamos descobrir quem são os verdadeiros aliados de Rodrigo — respondeu ele, abrindo o tablet e puxando arquivos confidenciais