Capítulo 224 — O Juramento do Deserto

As portas do salão leste abriram-se com um ranger cerimonial, grave e solene, como se as próprias paredes do palácio reconhecessem o peso daquela noite. Era madrugada, mas em Al-Qadar os ritos mais sagrados não pertenciam ao dia: aconteciam sob o testemunho da meia-noite e da alvorada.

O Majlis, o conselho de anciãos, aguardava em semicírculo. Homens de pedra e vento, túnicas brancas com bordados de ouro, cada qual empunhando o bastão entalhado que representava gerações de poder — o símbolo de que o deserto jamais esquece seus guardiões. As tochas projetavam sombras alongadas, como se o passado inteiro estivesse de pé atrás deles. Ao fundo, tambores leves replicavam um coração ampliado. A cada batida, Isabela sentia sua própria vida sendo medida.

Ela caminhava pelo corredor com o véu negro caindo até os pés, bordado com fios prateados que prendiam as estrelas das tochas no tecido. Atrás, Lasmih a acompanhou em silêncio até o limite permitido. Depo