Capítulo 225 — A Noite da Hena
As mulheres do palácio reuniram-se em um salão decorado por lanternas de cobre vazadas, tecidos bordados em vermelho e ouro e tigelas de prata cheias de pétalas de rosas e jasmim. O ar exalava incenso de mirra e oud; cada canto vibrava com risos, cânticos e palmas ritmadas. Era a noite da hena — o último rito antes do casamento —, quando a noiva deixava para trás o peso da vida anterior e recebia, nas mãos e nos pés, os símbolos de amor, fertilidade e proteção.
Isabela entrou cercada por mulheres de todas as idades. Lasmih sorria como irmã de alma; uma jovem de olhos de âmbar, Rasha, caminhava com passos leves, os olhos marejados. As palmas se elevaram em uníssono, e um cântico ancestral, doce e hipnótico, atravessou gerações como um fio invisível:
— Ya sheikha, ya habibti…
("Ó sheikha, ó amada…")
O véu de Isabela fora trocado: agora usava um manto vermelho profundo, bordado em dourado — a cor da celebração. O cabelo solto descia pelas costas; fios finís