O amanhecer trouxe vento morno e o som de água correndo. Em Rashalah, mangueiras improvisadas despejavam jatos límpidos em baldes de plástico. Crianças riam; mulheres alinhavam filas por quarteirão e os galões se enchiam sem briga — só suspiros de alívio.
— Primeiro a água, depois o resto — disse Isabela, anotando nomes numa prancheta. — Quem tem idoso em casa, passa na frente.
Yasmeen, de lenço claro no cabelo, ajeitou a fila como quem penteia jardim. Halima e outras voluntárias distribuíam copos. Zayn observava a cena dois passos atrás, guardando-a no peito.
— Rashalah retoma o fôlego — murmurou.
No prédio da antiga administração, a sala de interrogatório era uma caixa de luz. Vidro espelhado, duas câmeras, microfone em mesa. Hanin conferiu pressão e oxigenação do detido antes de assentir ao Procurador. Do outro lado, Zayn, Isabela e Elyas assistiam em silêncio.
Trouxeram Karin Saegueh algemado. O olhar era calculado; a calma, blefe. Ele tinha um tique mínimo: os dedos da mão direit