O amanhecer chegou denso sobre Al-Qadar, como se o sol também prendesse a respiração. Na praça do Tribunal, carpinteiros terminavam o palanque de leitura onde o veredito seria lido e, se mantido, cumprido. Tecelões subiam em andaimes para amarrar faixas brancas nas varas dos mastros.
— Bandeiras — disse Isabela, apontando. — Hoje não se deixa mastro vazio.
— A tradição manda recolher — lembrou um intendente.
— A tradição foi sequestrada por quem plantou medo — respondeu, firme. — A praça vai respirar.
Zayn chegou com a Guarda Vermelha, pranchetas de perímetro na mão, rádio preso à lapela.
— Três anéis — disse, sem levantar a voz. — Civil com Isabela; técnico com Kareem; tático comigo. Lasmih, água, sombra e pão. Ninguém desmaia de sede no nosso juízo.
— Entendido — respondeu Lasmih, já despachando jovens com caixas de copos e garrafas.
Elyas ajustou o lenço do pescoço, os olhos percorrendo telhados, janelas, beirais de sombra.
— O vento vem do norte. Se alguém soprar pó por cima, a pr