O carro deslizou pelas avenidas iluminadas de São Paulo como uma sombra silenciosa. Do banco de trás, Zayn observava os prédios altos se revezando contra o vidro, luzes e reflexos passando como flashes de um filme que ele não queria assistir. Tudo parecia longe, desfocado.

O veículo parou diante do hotel cinco estrelas, um monólito de vidro e aço que refletia a cidade com arrogância. Portaria impecável, seguranças em ternos pretos, manobristas com movimentos ensaiados. Um templo de luxo para quem precisava ostentar.

Para ele, era apenas um prédio caro. Uma caixa fria, incapaz de oferecer o único conforto que ele queria: Isabela.

Entrou sem se deter no saguão. Passou pelos lustres de cristal, pelo aroma calculado de jasmim no ar, pelos olhares discretos dos funcionários. Tudo tão impecável quanto distante. Subiu no elevador panorâmico até a suíte presidencial. Mármore polido, obras de arte nas paredes, cortinas pesadas que escondiam a vista de uma cidade ainda viva.

Tirou o casaco e o