O salão da Fundação de Relações Bilaterais parecia saído de um filme antigo: tetos abobadados, lustres de cristal refletindo luz morna e o som do quarteto de cordas preenchendo o ar com elegância medida. O cheiro de flores frescas se misturava ao perfume caro dos convidados, e Isabela sentia-se estranhamente deslocada naquele cenário, como uma peça de outra coleção.
O sheik teve uma reunião a portas fechadas com o ministro da Fazenda brasileiro. O inglês foi a língua escolhida para a conversa, tudo para que não houvesse mais pessoas do que o necessário nela. Ela entendeu que deveria ser um assunto importante e, por isso, estava ali, à espera dele.
Mas ela mantinha a postura — o queixo erguido, os olhos atentos e os gestos comedidos. O vestido que escolhera era sóbrio, azul-escuro, com detalhes discretos na barra e nas mangas. Os cabelos presos em um coque frouxo permitiam que alguns fios escapassem, suavizando sua expressão tensa.
Zayn chegou pouco depois e, como sempre, o ambiente pa