O sol ainda nem havia se erguido por completo quando João e Roberto cruzaram o portão de embarque. O silêncio entre os dois era denso, mas não hostil — havia um respeito incômodo, um entendimento de que o que aconteceria a seguir poderia mudar para sempre as vidas deles.
Roberto encarava a janela do avião enquanto o céu clareava aos poucos. Seus pensamentos estavam com Alicia, com aquele sorriso doce que, mesmo machucado pela culpa, ele ainda amava. Já João, com os olhos fechados e a cabeça recostada, revivia cada toque, cada gemido abafado daquela noite na Grécia que mudaria tudo.
Eles não sabiam exatamente o que esperavam. Alicia poderia mandá-los embora. Poderia não querer vê-los nunca mais. Ou, o pior: poderia estar realmente com outro homem. Mas a dúvida maior ainda era a criança.
De quem seria?
Essa pergunta os acompanhou durante todo o voo.
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Alicia estava no consultório quando recebeu a mensagem de uma das recepcionistas:
"Dra. Alicia, há dois visitantes aguardando na