O silêncio que se instalou no quarto do hotel após o resultado do exame era quase tão ensurdecedor quanto o próprio momento da revelação. Roberto ainda segurava o envelope com força, como se temesse que ele se desintegrasse e levasse junto a certeza recém-descoberta de que o filho era seu.
João permanecia em pé, distante. O olhar fixo na janela revelava a tempestade silenciosa que tomava conta de seu peito. Ele não disse nada por longos minutos. Apenas respirava fundo, tentando conter a dor e a raiva contra um destino que, mais uma vez, lhe pregava uma peça cruel.
— Eu vou voltar pro Brasil. — disse enfim, com a voz baixa, porém firme.
Alicia o olhou, surpresa.
— Agora?
— Não há mais o que eu possa fazer aqui. — ele deu de ombros, como quem aceitava uma derrota que sabia ser inevitável. — Vocês precisam resolver isso entre vocês dois. Eu… eu já estive onde não devia por tempo demais.
Roberto hesitou, mas assentiu. Por mais que a presença do pai fosse incômoda nos últimos tempos, sua p