Mayara
O ambiente do café é acolhedor, familiar. O aroma do café recém-preparado mistura-se ao cheiro doce dos bolos fresquinhos, e o som suave das conversas cria uma sensação de conforto que, por um momento, me faz esquecer da correria da rotina.
Eu estava ali apenas para tomar um café rápido antes de seguir para as próximas horas de trabalho, uma pausa no meio da tarde, único momento que tenho para me distrair. Ao final do expediente, corro para buscar meu filho na escola e só paro quando o coloco para dormir. Pensando no que de importante me falta fazer, o som da porta do café se abrindo me chama atenção. A campainha soa, como o prenúncio de algo que eu não quero vivenciar.
Olho distraída, tentando não me envolver mais do que o necessário, mas, quando vejo quem entra, meu corpo trava. Não pode ser que ele está ali. Caíque.
É difícil de acreditar. Sete anos. Sete anos desde a última vez que o vi, e agora ele está na minha frente, com aquela expressão de quem carrega o mundo nos ombr