Capítulo 2°— Minha Primeira Vez

Ele virou-se e veio caminhando em minha direção. Não usava mais a gravata, nem o paletó.

O mais intrigante, é que ele não parecia um criminoso, nem um estranho ameacador. Havia algo nele... um magnetismo difícil de explicar. Confundia meus pensamentos.

Daniel, meu noivo, era tranquilo, nunca me forçou a nada, por isso apressou o casamento. Por eu não me sentir preparada para me entregar a ele, apesar de namorarmos havia dois anos.

Eu já tinha dezenove anos, devia ser bem experiente, mas antes de morrer, minha mãe ficou alguns anos doente e eu não tirava minha atenção para outra coisa, senão cuidar dela.

— O que você quer?— perguntei, tentando manter a voz firme.

— Quero você!— ele disse isso e me encostou na parede, segurando meu rosto com ambas as mãos, num gesto dominador, ou seria ... sedutor?

Senti meu coração acelerar. Ofegante, tentei me esquivar, arqueando meu corpo.

— Se afaste, eu estou noiva!– murmurei, mais para mim, do que para ele.

— E está fugindo do seu próprio desejo?— seus olhos mergulharam nos meus.

Ele não se aproximou mais, apenas observava o quanto eu estava envolvida. Eu parecia esperar que ele avançasse, livrando-me da culpa.

— Se quiser... eu paro agora, e vou embora.

Suas palavras me pegaram de surpresa. Ele não me forçou. Estava ali, parado, respeitando o meu espaço... ainda assim, minha pele ardia.

Como eu não o repreendi, ele me beijou. Fiquei em choque, mas acho que correspondi um pouco. Até que as mãos dele deslizaram para a minha cintura. Me afastei numa crise de tosse.

Ele não recuou e pressionou o seu corpo contra as tantas saias do meu vestido. Ele caçou a minha boca novamente, ansioso para me beijar.

— Não... eu não sei o que estou sentindo — confessei, quase num sussurro.

Ele parou e me olhou sério. Eu podia ver ódio nos seus olhos.

— Me deixe ir, por favor!— eu supliquei, quase chorando, olhando instintivamente para a porta.

Ele olhou as horas no relógio de pulso, tranquilamente. Depois disse frio e seco:

— A essa altura não vai mais ter casamento, melhor se conformar comigo.

Fiquei boquiaberta. Era algo pessoal, porque se ele quisesse, já teria abusado de mim. Dei uma sacudida violenta, crente que iria fazê-lo ir para bem longe, mas ele segurou o meu punho com força e se manteve no mesmo lugar. Eu é que me choquei contra a parede atrás de mim.

— Diga logo o que quer de mim e me deixe ir embora!— falei alterada, meus lábios até tocaram os dele.

Ele paralisou com os lábios encostados nos meus. Eu não entendi, mas acho que era um convite.

— O quê!– estava assustada.

— Vem!— ele tinha a voz aveludada, agora.

Fiquei confusa, dominada, e aceitei a língua dele. O beijo ardente nos levou para a cama. Ele tentava, em vão, abaixar o vestido pelos meus ombros.

— Não, não!— eu tentava resistir, mas a minha voz saia abafada.

— Você também me quer— ele disse ofegante, descendo o zíper que abria o vestido pelas costas.

Quando meus seios ficaram à mostra, senti muito medo.

— Não!— quase gritei, cobrindo a pele desnuda com as mãos.

Ele olhava paralisado para as minhas mãos, como se elas fossem transparentes e não cobrisse coisa alguma!

— Deixa eu te fazer mulher — era uma súplica.

Era como se ele soubesse que eu era virgem, como se me conhecesse, soubesse tudo a meu respeito! Eu me sentia nua quando os olhos dele me olhavam profundamente.

— Eu não quero fazer isso!— protestei, pressionando ainda mais as mãos sobre os seios que já transbordavam.

— Você quer fazer isso, sim, não negue o seu desejo!

Ele puxou delicadamente as minhas mãos, libertando a minha nudez.

Fechei os olhos assumindo a minha culpa. Eu queria sim, por algum motivo, eu queria. Ele era um estranho sedutor, que tinha o dom de me libertar da mulher fria que eu construí ao longo da minha vida.

Eu nunca deixei um espaço para sentir prazer. Vivi para doença da minha mãe, sempre tentando sobreviver, trabalhando muito, até que conheci Daniel, e ele se transformou na minha rocha. Será que nunca o vi como homem?

Eu estava com um estranho, explorando o meu corpo, no dia do meu casamento, e não sentia culpa. Parecia ter esperado por ele minha vida inteira!

Ele me olhava sério, enquanto o vestido saía do meu corpo com certa dificuldade.

Relaxei quando finalmente me livrei de toda a roupa. Senti um vento fraco entrar através da porta aberta, que dava para a sacada.

O som das ondas do mar, vinham de longe para ocupar o seu lugar naquela cena que eu jamais esqueceria.

Ele me tocou suavemente a intimidade, descobrindo o quanto eu desejava aquilo.

— Isso é perfeito!— ele sussurrou se afastando para ficar de frente para mim, enquanto se despia.

Eu assisti ele jogar as roupas no chão lentamente, sem pressa. Eu tive tempo de acordar daquele sonho e perceber que aquilo era uma loucura, mas me recusei, quando ele veio e cobriu o meu corpo com o dele, afogando na sua boca qualquer tentativa de resistência.

— Eu…— tentei dizer que era a minha primeira vez.

— Eu sei… sei tudo sobre você.

Senti um arrepio, mas não conseguia parar, era mais forte do que eu.

— Depois desta noite, você nunca mais irá me esquecer, Bea.

Eu não entendi o que ele quis dizer, era tudo tão misterioso, excitante! Ele me chamou pelo apelido que poucos o sabiam. Só minha mãe, o Daniel e a minha amiga Nicole me chamavam assim.

Ele afastou as minhas pernas e veio, me olhando, enquanto tomava posse do meu corpo.

“ Quem é você?”— eu tinha medo de saber.

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