Até que ponto as dores do passado impede alguém de acreditar na verdadeira felicidade. Ana era uma mulher que precisou aprender a lidar com os sofrimentos a que foi submetida, apesar do esforço em superar os traumas vividos era dificil acreditar em si mesma. Por tudo o que viveu e ouviu por anos, não conseguia acreditar que pudesse ser amada, até conhecer Luiz, um homem bonito, divertido e mulherengo, mas que ao conhecer Ana acreditou ter encontrado a sua alma gêmea. Luiz, com dois divórcios nas costas e sua fama de conquistador, precisaria usar muito mais que palavras bonitas para conquistar Ana, mas ele estava decidido a apagar dos olhos de Ana a dor que ela tentava esconder através de um sorriso tímido.
Leer másEra uma noite escura e chuvosa. A chuva impedia aquela jovem, que corria descalça, de ver qualquer coisa a sua frente. A única coisa que a guiava era a sua intuição e o desejo de se livrar daquele tormento, um tormento que a destruia aos poucos, minando suas forças e sua vontade de viver. O caminho por onde corria era estreito e os galhos por onde passava a machucavam, ferindo os seus braços. Mas ela não podia parar, precisava continuar correndo.
Os seus pés doíam, mas a dor da sua alma era muito maior, nenhuma dor se comparava a que sentia em seu coração, por esse motivo, nada a faria desistir de seguir em frente, continuaria correndo por entre galhos e espinhos que a feriam, correria sem parar e sem sequer olhar para trás, pois, mais do que seus braços, o seu coração sangrava, mas do que seus olhos a sua alma queimava, mais do que a garganta que estava seca por sentir sede, o seu interior estava ressequido.Ao longe se ouvia alguém a chamando, mas ela não podia parar, a voz só a fazia correr ainda mais, precisava se livrar daquele martírio, nem que para isso encontrasse o seu fim.— ANA! ANA!A voz agora estava mais perto e as suas forças estavam acabando, suas pernas doíam se negando a correr mais rápido, mas ela precisava continuar, ela precisava vencer o cansaço, caso contrário, o seu fim seria da pior forma.— ANA! ANA!As suas pernas tropeçam uma na outra, mas ela se nega a parar, a sua respiração já está no limite, mas ela se nega a ceder ao cansaço, o seu coração parece não ter mais forças para bombear o sangue, mas Ana está disposta a correr até as suas forças se esgotarem.Ana para abruptamente. Havia chegado o seu fim, ela encontra um rio a sua frente, ele é largo e a correnteza estava muito forte, levando tudo o que encontrava pela frente. Ana, por sorte, conseguiu parar antes que caisse nele. Ela olha para trás pela primeira vez, mas não consegue ver ninguém, mesmo assim, sabia que o perigo estava a poucos passos dela. Ela olha a sua frente e é como se, somente o rio pudesse ser visto em meio aquela escuridão em que se encontrava.O medo toma conta de todo o seu ser com maior intensidade pois, só havia dois caminhos e teria que escolher um deles. Se antes o seu coração batia forte, agora batia ainda mais, a fazendo ouvir os próprios batimentos cardíacos. Por mais que se achasse corajosa, suas pernas se negavam a dar mais um passo em direção ao rio, mas não via outra direção que pudesse seguir.— ANA! ANA!Quando escuta o seu nome, ela olha para trás pela última vez e, em um ato de desespero, se lança naquelas águas, sendo levada por elas. Depois de muito se debater por não saber nadar direito e a correnteza não a permitir boiar, um sorriso brota em seus lábios ao pensar que tudo havia acabado, mesmo as águas a levando para um outro mundo, não sentiria mais medo, não sentiria mais dor. Esse mundo com certeza, seria melhor ao que se encontrava.Ainda sentia as águas a levando, quando mais uma vez ela escuta uma voz a chamando.— Ana! Ana! Acabou!As águas passam por ela a deixando para trás, e o rio some de suas vistas, a voz que gritava por ela também deixou de ser ouvida, e a única voz que consegue ouvir agora é suave, e a chama com carinho.Ana abre os olhos e se depara com uma jovem que a olha, e lhe faz um carinho, era a mesma cena de tantas vezes que acordava dos seus pesadelos. Ela estava suada e com as cobertas jogadas pelo chão. Era sempre assim, as cenas eram tão reais que a apavoravam, a fazendo se debater durante os pesadelos, se sentia como se estivesse revivendo todo o sofrimento pelo qual passou por anos.— Toma, beba um pouco d'água. — A jovem, que estava ao seu lado, lhe estende um copo d'água e ela aceita.Ana não chora, não fala, apenas aceita a água que lhe é oferecida e bebe com as mãos trêmulas, pensando até quando aquelas lembranças a perseguiriam. Por mais que quisesse esquecer, era muito difícil lidar com as dores do passado. *****Esse livro conta a história de Ana, a babá de Aurora e Ágata, as filhas de Helena e Fernando do livro "Decidi ser Feliz" de minha autoria aqui publicado.Boa leitura!Já em casa, com as crianças dormindo, Ana vai até a varanda da casa onde moravam agora, com três filhos, desistiram de continuar morando em apartamento e se mudaram para uma bela casa. A varanda com vista para o jardim, era o lugar que Ana mais gostava de ficar, ali geralmente ela ficava olhando os filhos brincarem.A vida de Ana podia-se dizer ser perfeita, ela e Luiz nunca brigavam, ele nunca sequer levantou a voz para ela, carinho e compreensão não faltava ao casal. Mesmo com três filhos pequenos eles se viravam bem, Ana tinha empregada e babá para as crianças, mas em relação aos filhos ela fazia questão de participar nos cuidados dos seus três tesouros, ela as vezes ainda pensava no filho que perdeu, mas não mais se condenando.Ainda mantinha contato com os pais, mas eram poucas as vezes que se viam, quando ganhou os seus bebês, ainda pensou que a mãe viesse ficar com ela, mas não foi assim, o seu pai estava sempre doente e Elizabete não podia deixá-lo sozinho, mas Ana tinha Rosân
Para completar a escadinha, quando Miguel completou um ano nascia Mariah, a caçulinha da familia. Ela era a mais dengosa e também a mais mimada pelo pai, mesmo que esse não deixasse de dar atenção aos meninos.— Oi pequinininha, está chorando por quê? Hein... mas esse seu chorinho é tão gostoso — Luiz pega a filha do berço — A mamãe está dando banho em Miguel, e Gabriel está dormindo, não era para você também está dormindo? — Mariah reclama, colocando a mãozinha na boca — Já sei, você está com fome, o papai vai te dar mamadeira.Ele vai até a cozinha e prepara o leite da filha. Mariah estava com seis meses era muito gordinha, e Luiz adorava fingir morder as suas coxas a fazendo gargalhar, mas dessa vez ele sabia que não adiantaria, Mariah quando estava com fome não havia brincadeira que a agradasse.— Você é a gulosa 3 da família — Luiz fala rindo ao vê-la mamar fazendo barulho ao sugar a mamadeira.— Oi amor, Mariah já acordou? Acordou antes do horário. — Ana põe Miguel em sua cadeir
Já em casa, Ana seguiu a risca o seu resguardo, mas fazia questão de cuidar do seu bebê, isso quando Luiz deixava, pois ele tirou 15 dias de licença para ajudar nos cuidados com o filho. Gabriel, era um guloso como o pai, e nos primeiros dias, quando não estava mamando, estava dormindo, mas Luiz as vezes não o deixava dormir e o fazia chorar, dizendo ser gostoso, ouvir o seu chorinho, como dizia, mas ele mesmo o acalmava e o colocava para dormir.— Não faz isso amor, tadinho — Ana sempre brigava com ele.— Ele é muito dorminhoco, não puxou a mim, e nem a você, você acorda sempre antes de mim.— Luiz, ele é um recém nascido, e recém nascidos dormem.— Deixa para ele dormir quando eu voltar a trabalhar — Ele argumentava.Nos primeiros meses, Luiz colocou um berço portátil no quarto deles, Ana não contestou, pois era mais fácil acordar para amamentar, e nessas horas Luiz sempre acordava com ela e o colocava no berço depois que a mãe o amamentava.Ana as vezes demorava a dormir, ela ficav
Ana estava nos preparativos das festas de fim de ano, já tinha comprado presentes para quase todos, ela adorava presentear as pessoas, faltava apenas um, o qual ela queria que fosse muito especial, era o presente do seu gicante lindo, havia pensado em inúmeras coisas, mas acabava mudando de ideia.Por fim ela combinou com Helena para irem juntas comprar, queria pedir a opinião dela. Luiz quis ir com elas, mas ela pediu que ele ficasse com Fernando ajudando com as crianças e assim foi, e Ana e Helena puderam ir despreocupadas prococurar o presente.Helena sugeriu um cordão com a inicial dos três, mas a inicial de Gabriel ao meio das deles. Ana gostou da ideia e foram para uma joalheria fazer a encomenda. Por sorte, Helena tinha uma cliente design de joias e ao solicitar o desenho, em poucos minutos elas receberam um lindo modelo de pingente com as iniciais.Satisfeitas com a decisão do presente, elas foram tomar sorvete antes de irem embora, Ana estava com vontade de tomar sorvete de m
No consultório Ana só sabia sorrir e Luiz não tirava os olhos do monitor, mesmo que ele entendesse pouca coisa do que via.— Querem dar palpites? — A médica pergunta olhando para o monitor.— São dois, ou três talvez — Luiz responde sem nem pensar.— Não ligue doutora, ele é assim mesmo — Ana responde rindo — Eu tenho uma intuição.— Porque não me disse? — Luiz pergunta olhando agora para Ana, ele tinha feito essa pergunta antes para ela, mas ela não lhe respondeu.— É apenas uma intuição, mas penso estar esperando um menino — Ana responde, olhando para ele e sorrindo, recebendo um carinho.— Papai! Quer dar um palpite? — A médica pergunta.— Acho que a minha pequena está certa, também penso ser um menino — Luiz responde olhando para Ana e sorrindo, surpreso por ela ter a mesma intuição que ele, só não quis dizer antes com medo de só ele pensar ser um menino.— Olha, vocês estão de parabéns, demonstraram estar em perfeita sintonia, vocês estão certos, terão um menino. — A médica os pa
Ana estava com 12 semanas de gestação e Luiz não se cansava de fazer carinho no pequeno volume em seu ventre. Ele não faltava uma consulta, fazia questão de estar com ela em todas, e não via a hora de saber o sexo do bebê, segundo ele era para poderem comprar as coisas, mesmo que já tivesse comprado inúmeras coisas.Os pais de Ana ficaram felizes com a notícia da gravidez, Ana ligou para a mãe para contar a novidade que ficou muito feliz. A mãe aproveitou para contar que Anadeli havia saído de casa, mas segundo Elizabete, ela estava morando com uma pessoa, e que havia sossegado, mesmo sem saber quem era a pessoa com quem a irmã estava morando, Ana ficou feliz, era melhor do que quando ouvia a mãe dizer que ela estava cada dia com um homem diferente. Soube também que o seu irmão mais velho, estava trabalhando e o mais novo tinha voltado a estudar, Ana não podia ter recebido notícias melhores sobre os seus irmãos, eles nunca mais tinham se visto, mas ela não queria o mal deles.No anive
Último capítulo