7 - Festa

Luke

Minha mãe não muda! Sempre jogando garotas em mim.

Desde que soube pela própria Marie que entraria com o pedido de divorcio me incentivou a investir nela.

Se dependesse dela já estaríamos casados.

Dona Tânia é um pouco doida. Marie precisa de espaço.

E lhe darei isso. Guardarei meus sentimentos o tempo que for necessário.

Marie valia a pena. Sorri.

*

O resto da tarde foi tedioso. Por isso fiquei imensamente feliz com o início da noite.

O festival das flores. Era tradição que as mulheres levassem vasos com as mais belas flores.

Elas simbolizam beleza e graciosidade. Os homens tinham de dar as flores para as mulheres de sua vida.

E foi o que meu pai e eu fizemos. Aposto que Marie não se lembra dessa tradição.

De qualquer forma, não é nada demais. São apenas flores!

E no fim das contas era o nome do festival.

Meu pai e eu esperávamos pelas mulheres a cerca de meia hora.

Estávamos atrasados. Mais algo me dizia que valeria a pena.

Uau!

Ela estava linda. Definitivamente o jeans era o tipo.

Ficará maravilhosa. Nem parecia jeans. O macacão tinha um belíssimo e delicado bordado de flores.

Mais especificamente rosas na barra.

Nos pés um belíssimo par de botas.

Os seus longos e ruivos cabelos estavam semi presos por uma presilha de rosa.

Ela era deslumbrante. O bom gosto era visível.

Não é atoa que é referência na moda.

-Marie está lindíssima.

Meu pai a elogiou. Concordei balançando a cabeça.

Seria bem difícil concentrar-me na festa.

-Obrigada, Marcos. É muito gentil, dona Tânia, que me presenteou com essa roupa.

-Está belíssima minha querida esposa.

-Obrigada, meu marido. Lhe digo o mesmo.

Sorri. Meu pai sempre a elogiava independente da maneira que estava vestida.

Acredito que o nome disso é amor. O melhor tempero.

Hoje afirmo que o elogio do meu pai não foi em vão.

Minha mãe usava um belíssimo vestido florido na cor verde e um chapéu que realça os cabelos curtos e dourados.

-Podemos ir? Já estamos atrasados e não é de bom tom.

Combinamos de conversar com alguns fornecedores sobre o algodão e o café, espero que não se irritem pelo atraso.

-Sim, podemos ir.

*

Marie

As luzes, as barracas e a música ao vivo o que tornava tudo ainda mais especial.

Uma barraca me chamou atenção. Era de artesanato.

Vi um belíssimo vaso e um quadro. Não lembro qual foi a última vez que comprei uma decoração nova.

E agora tudo seria novidade. Esses objetos com certeza me trariam sorte.

Era só o que precisava. Sorri ao ser convidada para dançar por um belo homem que usava chapéu de couro.

O acompanhei. A noite estava perfeita. A música, a companhia...

Confesso que apesar de ainda me sentir péssima pela traição a conversa com Gabriel me distraiu.

Era um bom homem. Dono de vários cabeças de gado, também tinha empreendimentos na cidade.

Percebi que Luke nos observava de longe.

Quando pensei em ir até ele, uma moça belíssima se aproximou e lhe deu uma flor.

Segundo a tradição do festival, Luke teria de dançar pelo menos uma música por ela.

Sorri. O clima era fresco e agradável. Os pais de Luke davam um show na grande roda que formávamos.

Não lembro qual foi a última vez que me diverti tanto assim.

*

Luke

Ao findar da segunda música tomei coragem e chamei Marie para dançar.

Coloquei uma pequena flor no bolso superior do seu macacão.

Confesso que não gostei nada de vê-la dançar com Gabriel.

Por um momento pensei que ela viria ao meu encontro, então Leila me tirou para dançar.

Ela é uma amiga de infância que a muito tempo não tinha notícias!

Foi bom colocar a conversa em dia.

-Não lembrava que você dançava tão bem.

Marie elogiou surpresa.

-Pelo visto temos que sair mais vezes. Está esquecendo dos meus talentos.

Marie fez careta.

-Convencido.

-Só estou falando a verdade. Não lembra dos concursos de dança que ganhei?

Perguntei enquanto a guiava na dança.

-Oh, é verdade. Havia esquecido. Um deles ganhamos juntos, não é mesmo?

Concordei.

-Obrigada por me trazer, Luke. Não gosto nem de pensar o que estaria fazendo agora se estivesse...

-Shh...

Coloquei um dedo em seus lábios.

-Não diga nada. Veio para relaxar, se lembra? E se concordar amanhã posso te levar ao centro para fazer um passeio. Aceita o convite?

Marie sorriu tímida. Ainda estava muito abalado pelo acontecido.

Espero de todo coração que ela tope. Tem um lugar que gostaria de levá-la.

-Tenho de ver minha agenda, depois te falo.

Marie respondeu com tom de superioridade.

Mesmo sabendo que era brincadeira, provoquei.

-Que eu saiba não tem nenhuma programação.

Rebati.

-Quem garante que não tenha algo para amanhã?

Marie ergueu uma das sobrancelhas.

-E tem, o seu compromisso é comigo.

Pisquei para ela.

-Vou pensar no seu caso.

Marie comentou ao fim da segunda da música.

Segunda música.

Conversamos tanto que o tempo passou rápido.

-É alguma coisa.

Comentei esperançoso.

-Estou com muita fome.

Marie reclamou. A minha barriga roncou. Uma ótima pedida.

-O que acha que comermos um assado de tira?

Pela expressão dela com certeza fazia algum tempo que não comia esse prato.

-Só se for agora, vem.

A puxei pela mão.

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