A noite chegou derramada pela mansão, como se o céu tivesse decidido envolver tudo num manto espesso. Aria dormia tranquila depois de um banho quente e uma história sussurrada. Lia permaneceu sentada ao lado da cama por alguns minutos, observando a respiração suave da menina.
Era bonito ver paz ali. Raro.
E saber que ela contribuía para aquilo deixava seu coração mais cheio do que deveria.
Quando saiu do quarto, apagando a luz devagar, encontrou o corredor quase escuro. Só as luminárias embutidas iluminavam o caminho com uma luz ambarada. A mansão parecia mais viva à noite, como se cada sombra carregasse pensamentos que ninguém ousava dizer durante o dia.
Lia desceu as escadas devagar, indo até a cozinha pegar um copo d’água. Não esperava encontrar ninguém. A equipe já havia terminado o turno, e Dominic normalmente se trancava no escritório até tarde.
Mas quando virou o corredor, ele estava lá.
Encostado na bancada de mármore, mangas dobradas, gravata abandonada sobre a mesa. Parecia