CAPÍTULO 91
Maria Eduarda Duarte
Quando empurrei a porta do quarto, tudo pareceu desacelerar. O cardiologista estava lá, conversando com a minha sogra.
Aproximando-me da cama, meu coração quase parou quando o médico virou-se para mim, mas seu sorriso discreto, me aliviou.
— Maria Eduarda, conseguimos. — Aquelas palavras penetraram como uma onda de alívio, tão poderosa que senti meus joelhos ameaçarem ceder. — O Maicon será levado para a cirurgia agora. O outro paciente poderia demorar para chegar, e como o Maicon já está aqui...
As lágrimas vieram antes que eu pudesse sequer processar totalmente o que ele disse. Era muita emoção. Eu me aproximei da cama e agarrei a mão de Maicon, sentindo a pele fria dele contra a minha, encostei no meu rosto. Ele estava prestes a passar por algo tão grande, tão decisivo, e tudo o que eu podia fazer era confiar.
Eu queria falar, dizer alguma coisa, mas minha voz simplesmente não saía. Eu só conseguia olhar para ele, para o homem que era tu