Diana
Eu nunca tinha sentido tanto medo de perder algo que nem era meu.
O bebê — Lucas, como dizia a carta — dormia sereno nos meus braços, mas meu coração parecia estar em guerra. Eu sabia que não podia simplesmente fingir que ele era meu, que a vida era um conto de fadas onde um anjo caía na minha porta e eu o criava sem questionar. Não, o mundo real era muito mais cruel.
Foi por isso que, ainda de pé na sala, tremendo, eu tomei a decisão: liguei para a polícia e para um advogado de confiança de Ethan. As coisas precisavam ser feitas do jeito certo, mesmo que isso me partisse em mil pedaços.
Quando os uniformes azuis apareceram na minha sala, com pranchetas e olhares desconfiados, eu soube que minha vida acabaria de mudar.
O policial mais velho, um homem de bigode grosso e expressão cansada, olhou para mim e depois para o bebê no meu colo. Franziu a testa, como se não conseguisse acreditar no que estava vendo.
— A senhora está me dizendo que encontrou essa criança na porta da sua ca