Diana
O dia da internação chegou e parecia que meu coração estava preso dentro de uma caixa de ferro, batendo sem espaço. Dois dias antes da cirurgia. Dois dias que iam parecer dois anos.
Eu ajudei minha mãe a terminar de arrumar as coisas, mesmo que ela dissesse que já estava tudo certo. Coloquei os pijamas na mala, os chinelos confortáveis, o terço dela, e até uma foto nossa que imprimi de última hora. Eu queria que ela tivesse um pedacinho de casa no hospital.
No carro, o silêncio dominou a viagem. Ethan dirigia, e eu segurava a mão da minha mãe. Ela não disse nada, mas percebi no jeito como apertava meus dedos que estava mais nervosa do que deixava transparecer. Sempre foi assim: ela engolia os próprios medos só para me proteger.
Quando chegamos ao hospital, senti um frio na barriga só de ver a entrada da internação. O cheiro de álcool, o movimento de médicos e enfermeiras… parecia que cada detalhe gritava que aquilo era sério demais.
— Dona Glória? — chamou uma enfermeira sorride