Diana
Chegamos ao Brasil com a adrenalina ainda batendo na pele. O jatinho desceu, a equipe do Ethan já cuidou de tudo — carro, segurança, despacho — mas por dentro eu estava um punho de nervos. Cada vez que fechava os olhos, via o clarão da explosão, a água fumegando, o casal que morreu no lugar da gente. Era um peso diferente, um medo que grudou na boca do estômago e não saía.
Saímos do carro e eu respirei fundo, tentando puxar o ar como se fosse possível aspirar normalidade. Não deu. O cheiro da cidade, o barulho, tudo me trouxe de volta. Eu olhei pra ele — pro Ethan — e senti uma mistura besta de amor e raiva. A raiva queimava mais, naquele momento.
— Eu não aguento mais essa mulher — falei, sem rodeios. — Não aguento ela aparecendo, sorrindo, vivendo como se nada tivesse acontecido. Parece que a gente nunca vai ter paz.
Ele me olhou com aqueles olhos sérios dele, o rosto fechado como sempre quando pensa em estratégia. A voz saiu baixa, controlada.
— Calma, meu amor. A gente não p