Jaden é o quarto filho entre cinco irmãos. Passou a vida se dedicando aos negócios da família e atendendo às ordens do pai. Casar-se nunca esteve nos seus planos, e apaixona-se, muito menos. Tudo o que ele precisa é apenas saciar a sua fome por dominância. O seu gosto peculiar para com o sexo pode ser julgado como insano, e por isso se faz necessário ter muito cuidado com as mulheres com quem se envolve. Porém, de cuidadoso ele não terá nada quando o seu caminho se cruzar ao de uma linda mulher teimosa e resistente, com quem ele deseja a todo custo uma noite dolorosa de prazer. Olivia é uma cantora country, que esconde segredos. Na cidade Helena, encontrou mais do que procurava. Quando surge um cowboy arrogante e tentadoramente sexy, ela tenta o evitar a todo custo. Embora o seu corpo o deseje loucamente, a sua sã consciência a pede para manter distância. Mas resistir a um homem nunca foi tão difícil.
Ler maisJaden
O sol nascia no horizonte atrás das rochas de Montana. Todos os dias, antes da lida, era ali que eu me encontrava; sentado sobre o cavalo, que pastava o capim úmido pelo orvalho. A cada segundo a mais de admiração, respirando ar puro, tinha mais certeza de que o campo era o meu lugar. Eternamente o meu lar, mesmo que, quando adolescente, eu esperasse fazer algo diferente na vida adulta.
As terras pertenciam à minha família há pouco mais de um século e, embora as coisas não estivessem ficando financeiramente mais fáceis com o passar dos anos, jamais permitiria perdermos o paraíso. Dedicava todo o tempo da minha vida em mantê-lo de pé para que os meus irmãos tenham para onde voltar e o meu pai tenha do que se orgulhar. Por isso, casar-me foi tirado dos meus planos. Não poderia perder mais do que algumas horas no ano me dedicando a alguém. O que tive com cada mulher que se deitou na minha cama sempre será o suficiente para mim, além de que o que fazemos não cabe amor. Não cabe paixão.
— Bom dia, senhor Bennett.
— Bom dia — respondi, observando os últimos segundos de um sol tímido que passaria o dia castigando os homens sobre os seus cavalos.
— A cerca no pasto oeste arrebentou. Tem búfalos por toda área.
Um rosnado de pura insatisfação escapou de mim.
— Malditos búfalos!
Toquei as esporas na barriga de Atlas e cavalguei rumo as cercas rompidas. Ao me aproximar, desci e caminhei até os arames soltos no chão. Apanhei um deles e observei sua ponta. Não estava apenas estourado. Os arames haviam sido cortados.
— Não foram os búfalos que fizeram isso, não desta vez. Os arames foram cortados. — Olhei para Tip, gerente da fazenda.
— O que o senhor quer que eu faça?
— Tire esses animais daqui, conserte a cerca e não traga o gado para cá. Os búfalos podem estar doentes e cheios de carrapato. Vou até a reserva.
— Não quer que eu vá com o senhor?
— Não!
Montei novamente no meu cavalo e passei pelo vão da cerca, cavalgando depressa rumo à reserva indígena. Não era tão longe, ficava a um quilômetro. A recepção, como de costume, não era a melhor. Sempre havia alguém apontando uma arma para mim.
— Não é bem-vindo aqui! — disse um jovem, levantando-se depressa da cadeira onde estava sentado sob o sol, apontando-me uma velha espingarda. Ele não deve ter mais do que dezoito anos.
— O seu búfalo também não é bem-vindo nas minhas terras. Onde está Harry?
— Ele não está aqui!
— Está tudo bem, Corry. Abaixe a arma.
— Bom dia, Harry — cumprimentei o velho que saia de um dos trailers.
— Muito cedo para estar aqui, Bennett. O que os meus búfalos fizeram dessa vez?
— Eles estão poluindo o meu pasto com doenças. — Desci do cavalo.
— Não estão doentes.
— Você não os vacina, então, eu discordo. Mas, desta vez, não foram eles que arrebentaram as cercas. Acho que temos um problema maior. Alguém as cortou. Talvez para que eles pudessem entrar. — Olhei para o moleque que ainda me encarava irritado.
— Sabe de alguma coisa, Corry? — Harry perguntou.
O garoto negou com a cabeça, sem desgrudar os olhos de mim.
— Tem certeza, Corry? — Estreitei o olhar para ele.
— Quer que eu te mostre a minha certeza? — Engatilhou a espingarda.
Uma risada debochada escapou da minha boca.
— Guarde isso, garoto. Ainda vai se machucar com ela ou ser ferido por causa dela. E Harry… — olhei para ele — esse é o meu último aviso. Mande o seu pessoal ficar longe das minhas terras e mantenha o seu animal no seu pasto. Da próxima, sacrifico cada um deles, eu mesmo. — Dei-os as costas, indo em direção ao Atlas.
— Não são suas terras! — disse Corry, ainda mais enraivecido.
— São, sim, Corry. São minhas há mais de um século. — Montei novamente. — Avise aos seus amigos que se os meus homens os pegarem arrebentando qualquer cerca, vão cavar a própria cova.
— Não precisamos disso, Jaden.
— Precisamos, sim, Harry. Controle o seu povo e eu controlo os meus! Já estamos nesse impasse há muito tempo, estou ficando cansado.
Sem dizer mais uma palavra nem ouvir nada deles, cavalguei de volta para casa. Os búfalos já estavam todos na estrada, e alguns dos meus peões começavam a arrumar a cerca. Logo, homens da reserva chegaram, conduzindo os animais de volta para o pasto deles, de onde não deveriam ter saído.
— Deram uma olhada nos búfalos? — perguntei aos peões.
— Sim, senhor. Parecem saudáveis — respondeu um deles.
— Vamos pular essa área na rotação do pasto. Não quero arriscar.
— Sim, senhor.
— Temos mais um problema, senhor Bennett — disse Tip.
Olhei-o por cima do ombro.
— Oito da manhã e eu já lidei com intrusos, prejuízo e um garoto suspeito na reserva. Qual é o problema agora?
— Vem ver.
Ele desceu do seu cavalo, e eu fiz o mesmo, seguindo-o. Caminhamos um pouco mais adiante, mantendo-nos ainda próximo da cerca.
— Não sei que diabos é isso. — Parou e encarou o chão.
Meus olhos desceram até o capim baixo conforme eu me aproximava.
— Um buraco? — perguntei um tanto confuso, franzindo o cenho.
Era um grande buraco de forma retangular. Parecia até que alguém já estava cavando a própria cova. Não era muito comprido, talvez tivesse um metro de profundidade, ou um pouco mais.
— A terra mexida continua úmida. Cavaram essa noite.
— Por quê? Qual a intenção?
— Não sei, senhor.
— Tem mais buracos?
Negou com a cabeça.
— Só esse — disse por fim.
— Quem torou a cerca deve ter feito isso. Só não entendo o motivo.
— Também estou confuso. Talvez alguém tenha enterrado algo aqui e veio pegar de volta.
— Não posso duvidar disso. Deixe um peão aqui essa noite. Vou para cidade, tenho que encontrar com o meu pai. Não me espere para tomar decisões e mantenha ordem entre esses homens. Volto no fim do dia.
— Mande um abraço ao governador por mim.
Dei-lhe um curto aceno de cabeça em concordância e retornei para casa, com Atlas. Ao chegar na sede, outros peões preparavam cavalos para venda na temporada de pecuária. Serão três meses intensos de muito trabalho e faturamento, assim eu espero. Entrei na caminhonete e dirigi por quarenta minutos até o centro de Helena.
Depois de uma longa reunião com o meu pai e um encontro irritante com a minha irmã no meio do caminho, segui aos afazeres. Loja de ferragens, banco, supermercado, veterinária… Ao riscar a última linha da lista, que já considerava interminável, olhei as horas e o relógio marcava seis da tarde. Estava cansado, mas não o bastante para ignorar o fato de estar estacionado diante do melhor bar entre os seis maiores da cidade.
JadenO resto do caminho foi feito em paz. Olivia cantou e depois contou algumas histórias estranhas e engraçadas que já haviam acontecido em alguns dos seus shows pelas estradas.Quando chegamos à Vegas, senti um enorme frio na barriga. Depois de tantos dias juntos, quase inseparáveis, seria difícil dizer tchau e voltar sozinho para casa.— Me sinto um pouco nervosa. E com medo, eu acho — disse ela, no quarto do hotel.— Vai dar tudo certo. — Tentei lhe passar toda a minha confiança.Segurando-a pela cintura, puxei-a para mim.— Você é puro talento, Olivia. Não precisa ter medo. Em breve, verei esse seu rostinho perfeito por todas as partes. Sempre que eu ligar a TV, alguém estará falando de você.Ela sorriu.— Eu vou sentir tanto a sua falta.— Também vou sentir a sua.— E se daqui a uma semana eu não puder ir a Montana? — Perdeu o sorriso.— Não tem problema. — Acariciei o seu rosto. — Eu irei até você, onde estiver. — Selei os seus lábios.— Cuide bem do Norman, por favor.— Cuida
JadenNunca pensei que teríamos essa conversa, não estava pronto. No entanto, engolindo em seco, preparei-me para falar.— Eu tinha uma amiga com quem experimentava coisas sexuais. Ela tinha problemas mentais que eu desconhecia. Uma noite, ela me procurou para dizer que estava apaixonada e que achava que devíamos ficar juntos para valer. Eu não queria isso. Nós brigamos feio, ela me atacou e foi embora após dizer que iria se matar. — Suspirei fundo e calmante. — Eu achei que ela só estava falando bobagem, fazendo chantagem emocional, mesmo Lloyd me alertando e dizendo para ir atrás dela. Quando enfim eu fiz isso, era tarde. Ela teve um surto e tirou a própria vida. A família dela queria ver o meu sangue. Tentaram me culpar de todas as formas e, por pouco, não fui condenado por omissão de socorro. O resto, acho que você imagina como foi.— Jack não merece os filhos que tem — disse com indignação.— Definitivamente, não.— Eu sinto muito. Ambos de nós não tivemos um bom pai e passamos p
JadenO verde dos seus olhos estava um pouco mais escuro. Olivia tentava conter a sua ansiedade enquanto tremia de tesão. Chegando nossos corpos mais próximos, eu vagarosamente a beijei um pouco mais. Os dedos se apertaram em mim e um gemido manhoso ecoou dela, soando como uma súplica para ser fodida.Preparei-me para penetrá-la, e ela logo soltou-me erguendo os braços para cima e segurando à beirada do colchão.— Não, hoje não. — Puxei uma das suas mãos de volta para mim.Ela olhou-me um pouco confusa, mas desceu seu outro braço, tocando-me novamente com as duas palmas.— Quero te sentir por inteira.As mãos deslizaram-se em mim com carícias leves, sem pressa.E, lentamente, penetrei-a.Seus olhos se fecharam e ela suspirou com alívio. Quando tornou a me olhar, comecei a me mexer com cuidado. Olivia estava recuperada, mas ainda assim tinha medo de lhe causar dor.Eu nunca havia feito sexo lento ou com tanto contato físico. Parecia que nossos corpos estavam se fundindo. Olivia me agar
OliviaEle engoliu em seco e tentou disfarçar as lágrimas que estavam prestes a cair. Seu corpo ficou ainda mais tenso e a respiração, mais forte.— Mesmo suspeitando que me ame, se você me disser não, vou embora e nunca mais me verá no seu caminho. Não vou mais insistir. Vou entender que acabamos, que essa é a sua decisão final, mesmo achando ela burra.Jaden parecia ter engolido a própria língua, ou apenas estava emotivo demais para conseguir falar naquele minuto. Toquei o seu rosto com a duas mãos, e seus olhos se fecharam.— Por favor... responda — pedi, baixinho. — Você me ama?— Mais do que tudo nessa vida.Soltei com imenso alívio o ar preso nos meus pulmões pela enorme tensão que sentia. Lágrimas desceram abundantemente pela minha face, e sorri, feliz em finalmente ouvir isso. Jaden abriu os olhos e colocou as suas mãos sobre as minhas.— Eu escolhi você, Olivia. E escolheria outras mil vezes. Me desculpe por ter demorado tanto para tomar a decisão certa.— Isso não importa ma
OliviaDo outro lado, um Bennett, mas não quem eu desejava que fosse. Senti um leve desapontamento, mas tentei ao máximo disfarçar isso, sorrindo para Jason.— Imagino que ainda não tomou café da manhã. Eu trouxe cappuccino e croissant.— Entre. — Dei-o passagem, fechando a porta após a sua entrada.Jason colocou o saco de papel e os copos com as bebidas quentes sobre e mesinha redonda ao canto do quarto. Ele ajudou a me sentar e depois pegou um copo entregando-o para mim. Rasgou o saco ao meio, que continha dos pãezinhos franceses recheados de queijo. Eu peguei um e ele, o outro. Comecei a comer, enquanto Jason se desculpava pelas poucas visitas feitas após o coma.— Eu queria ter vindo aqui antes, eu sinto muito mesmo, mas estou trabalhando em dobro desde que Jaden foi embora.Parei de mastigar e olhei para ele. Engoli o pedaço de croissant que tinha na boca, sentindo-o descer arranhando a garganta.— Foi embora de onde?— Do rancho — falou como se me dissesse o obvio.Fiquei de que
Foi inevitável não sorrir com isso. Era engraçado que um homem cheio de dominância e orgulho estivesse tão nervoso daquele jeito com uma ação tão simples como bater em uma porta.Dei um passo para o corredor ao mesmo tempo que ele abaixou a sua mão, virando-se para ir embora. Quando seus olhos me viram, arregalaram-se um pouco, mas ele logo tentou disfarçar a surpresa em me ver. A passos lentos, aproximei-me dele, que permaneceu estático. Parei à sua frente, deixando míseros trinta centímetros de distância entre nossos corpos. Nós nos encaramos, em silêncio. Esperei que ele dissesse algo, mas nada disse, talvez estivesse nervoso demais para isso. Então, quebrei o gelo que se construía ao nosso redor. — O que veio fazer aqui? — perguntei, encarando-o olho no olho.Ele desviou o olhar, e um pequeno sorriso triste surgiu em seus lábios.— Apenas saber como está.Foi a minha vez de sorrir.— Se é apenas isso poderia ter ligado.Vi seus ombros murcharem, lentamente.— Tem razão. Mas eu
Último capítulo