Hyun cresceu cercado de luxo, riqueza e a expectativa de um futuro já planejado. Como herdeiro de uma das maiores fortunas de Seul, sua vida parece perfeita, mas, por trás das paredes de sua mansão e sob o olhar severo de seu pai, ele se sente preso. Apenas uma pessoa realmente entende sua luta: Bella, sua melhor amiga de infância, que sempre ocupou um lugar especial em seu coração, mesmo após anos separados. Quando retorna à Coreia, Hyun está determinado a se reconectar com Bella, mas o reencontro traz à tona não apenas sentimentos enterrados, mas também o lado sombrio de sua herança. Uma perturbadora nota anônima o faz questionar tudo o que pensava saber sobre sua família e seu futuro. E, enquanto luta para preservar seu amor e amizade com Bella, Hyun descobre segredos tão profundamente enterrados quanto seus próprios desejos. Em uma jornada de paixão, traição e escolhas impossíveis, Hyun deve decidir entre a vida que sempre conheceu e a liberdade que tanto deseja. Mas ele está preparado para as consequências de desafiar seu próprio destino? E, acima de tudo, conseguirá proteger Bella quando o passado dela ameaça destruir o futuro de ambos?
Leer másHyun
Eu queria ser uma rosa branca, mas de que adianta ser uma rosa branca se, ao ser branca, deixo de ser uma rosa? Por isso, permaneço em mim mesmo, transbordando e habitando no planeta do amor, firme na ideia do caule, só para ver onde irei florescer. A rosa branca é a flor dos antepassados. Vi as manchas mesmo nas primeiras letras escritas em nossa história, mas escolhi remover os sinais do caminho que diziam “volte atrás”. Eu queria te amar, cuidar de você, te dar meu coração sem medo, sem olhar para trás. Mas todos os verbos que conjuguei foram poucos demais. Enquanto você só via os espinhos, eu segurava em minhas mãos as pétalas da rosa branca; tentei te mostrar a magia que estava no seu florescer. Mas todos os verbos que conjuguei foram poucos demais. Lembro das noites em que meu coração batia descontrolado na ânsia de ouvir de você, na esperança de saber se me traria flores ou dor (nunca conheci o seu ‘meio-termo’). Quantos contrastes! Ainda assim, continuarei a te amar, mesmo de longe. — Bella, você pode me ouvir? Bella, Bella, Bella, Bella, você pode me ouvir? — Hyun! Hyun, acorde! 6 de outubro de 2024 Que barulho foi esse? Como? Quem está aqui agora? Aquela voz… Meus olhos se abriram lentamente. Eu podia ver a realidade agora. Meu corpo tremia, frio e suado. Será que ainda estou nessa solidão? Que vida inútil eu tenho. — Hyun, você está bem?? Hyun! – Gritou o homem, berrando para o céu. O céu? Ah, sim, o céu. Eu estava de novo em um dos jatos particulares da minha família. Para muitos, essa vida de luxo poderia parecer incrível, mas para mim? Não, para mim era nada além de fantasias sem valor. Lentamente, tirei os fones de ouvido onde estava ouvindo minha música favorita, “LET THE WORLD BURN”, do cantor Chris Grey. Aquela música me representava mais do que qualquer outra coisa. “Eu deixaria o mundo queimar. Deixaria o mundo queimar por você. É assim que tudo sempre termina. Se eu não posso ter você, ninguém mais pode. Eu deixaria queimar, deixaria o mundo queimar só para ouvir você chamar meu nome. Eu veria tudo queimando.” Essa música, sim, essa música me dava uma energia inexplicável. Transmitia mais do que um simples sentimento para mim. Era como se eu pudesse queimar o mundo a qualquer momento por Bella, só por ela. Sinto tanta falta dela. — Hyun! – Gritou o homem com todo o ar que restava naqueles pulmões envelhecidos. Não havia outra opção; eu tinha que responder. Que nojento são esses mordomos insensíveis. — Que merda! Como você consegue gritar tão alto, senhor? — Murmurei lentamente enquanto meus olhos reviravam de raiva. Que tédio, que vida tediosa. — Você estava murmurando aí, sonhando com sabe-se lá o quê. Quem é Bella? – Perguntou o homem, olhando para mim com um olhar de julgamento. Meus olhos o fitaram com uma velocidade incrível. Eu ainda podia ouvir a música tocando nos meus fones, mesmo distante, eu ainda a ouvia. — Você sabe quem ela é. Não me teste, Jorge. —Disse em um sussurro enquanto meus lábios tremiam. — Eu pensei que depois de cinco anos, depois de cinco malditos anos, você teria desistido dela. Mas não, você ainda quer ser amigo dela. Ou talvez algo mais. – Murmurou o homem me encarando. Aquele olhar… Oh, aquele olhar fazia meus órgãos fervilhar. Era como se meus pulmões fossem explodir. — O que diabos é isso? Somos melhores amigos desde a infância. Não importa o que você pense, você nunca entenderá nossa conexão. – Eu disse com um nó doloroso no peito. Era difícil para mim; eu tinha perdido completamente o contato com ela. Minha família achou melhor que eu cortasse todos os laços com a Coreia do Sul. Mas que bagunça nojenta era essa família. — Não, meu querido jovem, eu entendo você. Você pode achar que eu não acredito nessa conexão, mas tudo o que vi foi você sofrendo. Evitando amizades, fazendo tatuagens em sua homenagem. Mas… mas eu nunca vi Bella vir te procurar, Hyun. Sinto muito. Você mudou seu estilo, tornou-se um cara forte, com cabelo comprido, tatuagens e piercings. Mas acho que essa rebeldia não funcionou. Ela não veio por você. As palavras do homem perfuraram meu peito como uma flecha envenenada. Senti meu coração queimando, doendo de tal forma que precisei levar minha mão direita ao peito e socá-la para tentar encontrar ar. Meus olhos se encheram de lágrimas e se abaixaram. Toda aquela luta, toda aquela armadura desmoronara em segundos. Senti a mão do homem em meu ombro trêmulo, firme, deixando carícias sabendo o peso que aquilo tinha para mim. A tristeza que sentia por ela não ter tentado vir atrás de mim, ou ao menos me enviado uma carta. M*****a seja, Bella! — Me deixe em paz. – Foram as únicas palavras ditas em um tom rouco, quase inaudível. Lentamente passei as mãos sobre os olhos para secar qualquer vestígio de lágrimas. Eu não queria sofrer, chorar por alguém que provavelmente estava aproveitando a vida, se divertindo, talvez até namorando e formando novos relacionamentos, quem sabe até um novo melhor amigo. Sempre me vi como um tolo. Pude ver a nossa foto como papel de parede no celular, pois minha cabeça estava baixa, e os meus olhos olhando para baixo, onde o telefone caíra aos meus pés. Talvez eu tivesse jogado ou simplesmente deixado cair, não importava. Lentamente o peguei e olhei mais de perto para a foto. Um sorriso irônico se formou em meus lábios. — Não me importo – Murmurei, jogando o telefone em uma de minhas mochilas vermelhas. Fiquei ali, olhando para os jeans da minha calça pálido, vendo como se alinhavam perfeitamente com meu corpo musculoso. Eu vestia um suéter branco de gola alta da Ralph Lauren. Meu pai não achava o visual muito “old money”, mas me visto de uma forma que me agrada. Um fino colar com pingente de safira com a inicial “A” com correntes de ouro branco. Meu Rolex prateado, uma bolsa de mão da Hermes e mocassins parisienses também da Hermes. Meus brincos e piercings eram de diamante. Eu estava, como sempre, extremamente perfumado com meu Sauvage da Dior, junto com o creme para a pele da mesma marca e fragrância. O que realmente havia mudado em mim era minha percepção do mundo. Eu tinha vivido muitas experiências diferentes no exterior, mas não houve um dia em que eu não me lembrasse da minha antiga vida na Coreia. — Hyun, estamos prestes a aterrissar agora. – Jorge disse em um tom baixo, enquanto tentava imaginar o que eu estava sentindo por estar de volta. — Olá, Coreia. Estou de volta. Murmurei em um sussurro. As palavras escaparam dos meus lábios rosados enquanto meus olhos permaneciam focados no ar, na natureza e nas cores vibrantes. O dia não poderia estar mais bonito.Meus sentimentos estavam a beira de explodir. Era tão estranho isso tudo que estava acontecendo. Por que diabos isso tudo estava acontecendo de novo? Esse mascarado não desistiu? Será que ele realmente pretende acabar com a minha vida? Não faz sentido nenhum isso. Um cara que me sequestra, ameaça a menina que eu amo, minha família, até o meu mordomo, e agora até meus amigos. Nada disso faz sentido na minha cabeça. — Hyun? Ou cara! Hyun, escuta cacete! — Sai de meus pensamentos olhando Jimin, que estava me olhando com um olhar assustado, como se eu estivesse preso em algum tipo de transe.— O que? Desculpa, eu não ouvi. — Falei com a voz rouca, quase falha. Eu não estava no clima para mais nada depois daquilo. — Cara, relaxa. O Bae está bem! Vamos dar um jeito em toda essa história. Todo mundo está bem aqui, ok? — Disse Jimin enquanto eu o encarava, ainda sem acreditar no que tinha visto.— O negócio é o seguinte. A festa continua meus amigos! Precisamos de uma dose — escutei Taemin
Taemin notou e franziu o cenho, preocupado.— O que foi, Jimin? Por que você tá com essa cara, parece que viu um fantasma. Fala logo droga!Jimin gaguejou antes de murmurar,— Ali… na piscina… tem alguém.Segui o olhar de Jimin, observando a piscina repleta de balões coloridos. Entre as boias e luzes flutuantes, notei um corpo submerso, imóvel, aparentemente esquecido em meio à festa. As pessoas ao redor da piscina começaram a murmurar, algumas chocadas demais para agir. Dois rapazes decidiram puxar o corpo para fora, e foi só então que Taemin o reconheceu.— Espera, é o Hyeon Bae? Não não seria possível isso. — Taemin exclamou, dando um passo para trás. — Mas ele… ele estava preso! Eu juro que vi isso nas notícias. Como ele acabou aqui? Ele estava na festa esse tempo todo?O choque foi imediato, e um burburinho de incredulidade tomou conta dos convidados ao redor. Hyeon Bae, o garoto de ouro, conhecido pelo sucesso e carisma, estava ali, à beira da morte. A prisão dele já havia sido
Notei o comportamento de Taemin e franzi o cenho. — O que foi, Taemin? Você tá com essa cara de choque aí. Parece que viu um fantasma. Fala logo!Taemin piscou algumas vezes antes de soltar uma risada desacreditada. — Cara, vocês não vão acreditar no que eu acabei de descobrir.Jimin, que estava no canto do quarto organizando algumas roupas para a festa, olhou por cima do ombro, curioso. — O que foi? O que está acontecendo?— Vocês lembram do Hyeon Bae, certo? O cara que todo mundo idolatra, herdeiro, bom em tudo, tipo ‘o cara perfeito’ que nossos pais adoram comparar com a gente — Taemin começou, deixando o suspense no ar.Ergui uma sobrancelha, tentando lembrar. — Claro que lembro. Ele joga futebol como um profissional, tira as melhores notas, todo mundo quer ser amigo dele. — Dei de ombros, ainda sem entender. — Mas, por que isso importa agora?Taemin balançou o celular com empolgação. — Ele foi preso.O choque foi imediato. Jimin e eu ficamos boquiabertos, encarando Taemin co
Assim que o carro da minha família parou em frente à entrada imponente da mansão Lee, uma sensação de acolhimento envolveu o ambiente. Os empregados, de postura sempre discreta, tinham sorrisos genuínos ao me verem retornando. A casa inteira parecia respirar um alívio visível, com um murmúrio de entusiasmo entre os funcionários ao redor, sussurrando entre si e trocando olhares animados. Eu sentia que, depois de tudo pelo que havia passado, aquele lar era meu refúgio seguro.Ao descer do carro, Taemin e Jimin estavam prontos para me apoiar, cada um de um lado, como se fossem meus guarda-costas informais, embora ainda mantendo o tom descontraído. Meu pai, logo atrás, sorriu ao nos ver juntos e, com um aceno autoritário, chamou a atenção dos empregados.— Preparem o quarto dele imediatamente, quero tudo em ordem. E vocês dois — disse ele olhando para Taemin e Jimin — não o deixem fazer nenhuma besteira. Estou de olho em vocês, hein.Os meninos deram uma risada e acenaram com a cabeça.—
Após o brinde improvisado, relaxei na cama, rindo das piadas dos garotos. O celular vibrou em minhas mãos, e ao olhar a tela, vi o nome de Mirae. Eu já tinha ouvido falar muito dela, mas só a conhecera pessoalmente poucos dias antes de ser sequestrado, em um evento de polo onde nossas famílias foram apresentadas formalmente. Sabia que meus pais tinham uma expectativa de que aquele encontro fosse algo mais, talvez até o início de um possível compromisso. Mas o último que eu queria era ser controlado pelos planos e desejos da família.A mensagem dela dizia: “Hyun, fiquei sabendo do que aconteceu... Você está bem? Estou preocupada. Me avisa se precisar de alguma coisa, por favor. Eu quero ir te ver.”Soltei um suspiro, claramente incomodado, enquanto digitava uma resposta rápida e curta, tentando não dar muitos detalhes.“Estou bem, obrigado. Não precisa se preocupar”respondi, querendo cortar a conversa antes que ela se aprofundasse.Taemin percebeu a expressão no meu rosto e arqueou a
— Então, quem era? Droga — Taemin perguntou novamente, ainda intrigado com o telefonema que eu acabara de atender.Suspirei, lançando um olhar sério para os dois ali — Vocês não vão acreditar, era o mascarado. O mesmo cara idiota que me sequestrou.Jimin parou, os olhos arregalados, segurando o lamén como se tivesse esquecido que estava ali. — Espera, ele? Aquele cara realmente te ligou? O que ele está pensando? Isso não faz o menor sentido.— Sim — confirmei, cruzando os braços, pensativo. — Ele não disse muito desta vez, apenas fez questão de lembrar que está de olho em mim. Mas isso me fez lembrar de algo que ele disse enquanto eu estava amarrado naquela cadeira, na noite em que vi o rosto dele de perto, mesmo que coberto pela máscara.Taemin e Jimin se aproximaram, atentos, enquanto eu continuava. — Naquela noite, ele não economizou ameaças. Disse que iria arruinar minha vida completamente. Que tomaria tudo que era meu. Ele quer minha família, minha riqueza e a Bella também.— O
Último capítulo