O hospital estava em silêncio. Os corredores pareciam respirar mais lentamente naquela manhã, como se soubessem que algo importante estava prestes a acontecer. Eveline se levantou cedo, depois de uma noite mal dormida ao lado de Daniel, e decidiu fazer algo que vinha adiando há dias: ir para casa tirar leite para enviar a Gabriel.
A saudade do filho era como um fio invisível que a puxava para fora do hospital, mesmo contra sua vontade. Marta havia preparado tudo na mansão Avelar para recebê-la. Enquanto ela usava o extrator, o silêncio da casa fez com que o cansaço acumulado tomasse conta. Eveline encostou a cabeça no encosto da poltrona e fechou os olhos por alguns minutos. Apenas alguns.
Enquanto isso, Clara estava no hospital. Tinha trazido um novo jogo de lençóis e trocado as flores murchas do vaso da cabeceira de Daniel. A rotina dela, mesmo discreta, era cheia de pequenas dedicações.
Foi então que ele abriu os olhos.
A respiração de Clara falhou por um instante.
— Daniel? — Ela