O silêncio daquela manhã tinha peso. Um tipo de vazio que nem o som dos pássaros ousava romper. Marcus acordou no quarto escuro, com a cabeça pulsando em dor. A boca seca, o gosto amargo do uísque ainda grudado na língua. A luz que escapava pelas frestas da cortina projetava linhas no chão de madeira. Mas não havia calor. Só um frio que parecia vir de dentro.
Esticou a mão para o lado da cama. O lençol ainda guardava o calor que não estava mais ali. Eveline se fora. Não apenas do quarto — de toda a casa.
Sentou-se devagar, os músculos pesados, como se carregasse concreto nos ombros. Passou as mãos pelo rosto e inspirou fundo. Sentia-se fraco. Vazio. Mas não arrependido. Não ainda. Porque o orgulho que havia inflamado na noite anterior ainda estava ali, latejando como uma ferida aberta.
Desceu as escadas com passos arrastados. A mansão estava estranhamente quieta. Nenhum som de louça, nenhum cheiro de café. Nem mesmo os empregados pareciam querer estar por perto.
Na sala, sua mãe estav