Assim que Murilo abriu a porta do quarto de Alana, seu coração disparou de forma incontrolável. Ao tocá-la, percebeu que sua pele estava escaldante.Sem perder tempo, Murilo a pegou nos braços e a levou imediatamente ao hospital.O relógio marcava duas da manhã quando chegaram, e só por volta das cinco o quadro febril de Alana começou a melhorar. Durante todo esse tempo, Murilo não pregou os olhos nem por um instante, mantendo-se atento ao frasco de soro e observando constantemente o estado dela.— Você não vai sair do hospital novamente. — Declarou Murilo, com uma firmeza inquestionável.Alana olhou para ele e, ao notar sua expressão, soube que ele estava claramente irritado.— Obrigada por tudo. — Disse ela, com um sorriso sem graça.Murilo riu, mas era um riso carregado de frustração. Ela agradecia de maneira tão distante, como se ele fosse um estranho.— Obrigada? Não diga mais isso. — Retrucou Murilo, inclinando-se de repente na direção dela. O movimento o aproximou demais, e Al
A supervisora da enfermagem olhou para Murilo com um pouco de preocupação. Será que tinha dito algo errado?— Hm, pode sair agora. — Disse Murilo, em um tom tranquilo.Assim que a enfermeira saiu, Alana lançou um olhar furioso para ele:— Você... você acabou de...— O que foi que eu fiz? Você ouviu o que ela disse, não ouviu? — Murilo respondeu, com um sorriso enigmático enquanto a encarava. Ele ainda teve o descaramento de lamber os lábios, o que fez Alana ficar ainda mais irritada. Sem conseguir conter a vergonha, ela se virou de lado, tentando ignorá-lo.Era humilhante. Tudo havia sido visto pela enfermeira, que ainda pensou que eles eram namorados. O rosto de Alana estava incrivelmente vermelho, muito mais do que havia ficado por causa da febre. E o pior de tudo era que Murilo continuava ali, rindo abertamente enquanto a observava. Sabendo que estava sendo provocada, Alana tentou descontar sua irritação. Mesmo com dificuldade para se mover, ela levantou a mão e deu um tapa no omb
Telma observou a reação de Diego, sentindo-se irritada, mas conseguiu esconder seus sentimentos.— Você é que é vergonhosa! Uma sem-vergonha! Viemos aqui para negociar a paz, e você só pensa em dinheiro! Não foi o suficiente o que já te demos? Casas, dinheiro... O que mais você quer para deixar a Isadora em paz? — Gritou Luana, encarando Alana com fúria.— Esse dinheiro foi Diego quem me devia. E, quanto à "reconciliação", eu não vou aceitar. — Respondeu Alana com frieza.— Você acha que tem escolha? — Luana deu um passo à frente e riu com escárnio. — Não pense que a família Coelho vai te proteger para sempre. Murilo é o tipo de homem que nunca vai gostar de você. Ele pode até fingir que te protege agora, mas está apenas se divertindo. Alana, não se iluda. Você não significa nada para ele. Ele sequer reconheceu você como algo mais.— O que você está dizendo para a minha namorada? — Uma voz fria ecoou pelo quarto.Murilo havia acabado de entrar com o café da manhã. Ele colocou os itens
Diego, vendo a expressão de Murilo, não se atreveu a dizer mais nada. As palavras de Luana haviam servido como um alerta. Sua impulsividade quase o fez esquecer de quem estava diante dele.— Alana, posso fazer com que Isadora peça desculpas a você. Também posso te oferecer uma compensação financeira. Diga um valor, e farei o possível para atender. — Disse Diego, tentando soar conciliador.Alana manteve o rosto frio enquanto olhava para ele. Sua voz saiu gelada:— Não é necessário. Por favor, saiam.O rosto de Diego imediatamente se transformou, a expressão caiu em frustração. Telma e Luana também ficaram visivelmente incomodadas, surpresas com a firmeza de Alana.— Já que você não quer, então também não vamos insistir. Mas depois não venha chorando nos implorar. — Luana lançou um olhar cheio de ódio para Alana antes de sair.Ao deixar o hospital, Diego ficou cada vez mais irritado ao lembrar-se da humilhação. Ele balançou a cabeça, frustrado.— Eu já sabia que ela não aceitaria a recon
Diego finalmente olhou para Telma. Sim, o que estava acontecendo com ele? Por que parecia estar tão fora de si? Ele sabia que amava Telma, que ela era a mulher que ele sempre sonhou em ter ao seu lado. Então, por que ainda estava tão distraído?Ele a abraçou repentinamente, envolvendo-a com força nos braços. O perfume de gardênia que vinha dos cabelos dela era suave e reconfortante.De repente, a luz de um quarto se acendeu em sua mente, como se uma porta tivesse sido aberta.Era Alana. Ela entrou no quarto com um sorriso gentil, entregando-lhe uma xícara de café. Os cabelos dela ainda estavam úmidos, como se tivesse acabado de sair do banho. Pequenas gotas de água escorriam sobre o tecido da camisola, tornando-a ainda mais atraente. Ele se viu pegando o café com frieza, sem sequer olhar para ela.Alana inclinou a cabeça de forma brincalhona, apoiando-a em seu ombro. Ela sorriu, tentando fazê-lo prestar atenção nela, e disse animada:— Sente o cheiro! Comprei um shampoo novo recentemen
Alana era apenas uma professora que, após o divórcio, vivia tranquilamente trabalhando como psicóloga na Universidade Turman. De repente, ela deu uma risada autodepreciativa. "Desde quando fiquei assim tão insegura?", pensou. Antes, ela era confiante, cheia de vida, tão vibrante quanto Ayla. Mas agora... Murilo sentou-se ao lado dela e recolocou o pedaço de maçã descascada em sua mão. Ele a encarou diretamente nos olhos, com seriedade, e disse, palavra por palavra: — Isso não é um jogo. Estou falando sério. Achei que você pudesse sentir isso. O olhar de Murilo era intenso, quase ardente, e parecia queimar os olhos dela. — Alana, me diga uma coisa. Quem é essa "eu" que você mencionou? O que você acha de si mesma? Alana se viu sem palavras. — Eu... — Quem é você? — Insistiu Murilo, sem desviar os olhos dela, como se pudesse perfurar sua alma com aquele olhar. — Como a mãe do Diego disse: uma mulher divorciada, cheia de escândalos. — Alana soltou uma risada sarcástica.
— Ahn... Ayla... — Disse Alana, sem jeito.O outro lado da linha ficou em silêncio por um instante antes de a ligação ser encerrada. Alguns segundos depois, o telefone de Alana tocou novamente.— Alana, você está melhor? Olha, eu estava só brincando antes, não leve aquilo a sério, tá bom? — Ayla disse, com uma voz tímida.Alana deu uma risada leve.— Estou melhor, sim. A febre já passou.— Que bom, que bom! Então tá, vou desligar agora.Após o término do soro e depois de terminar o creme de cogumelos, Alana adormeceu profundamente. Quando acordou, encontrou Murilo cochilando com a cabeça apoiada na mão.Ele havia ficado com ela desde a madrugada anterior, quando a trouxe ao hospital, e a vigiou por tanto tempo que provavelmente estava exausto.Adormecido, o rosto de Murilo parecia menos sério, menos afiado. Em vez disso, exibia uma tranquilidade que o tornava ainda mais encantador. Alana notou seus cílios longos e grossos e, sem resistir, estendeu a mão para tocá-los. Eram incrivelment
No escritório, o ambiente pesado parecia sufocar Murilo, que mal conseguia respirar. Mestre Coelho estava sentado à frente da escrivaninha, concentrado em uma pintura, sem sequer lançar um olhar para ele.Depois de um longo silêncio, Mestre Coelho finalmente terminou o desenho. Ele colocou o pincel de lado e perguntou:— No que você tem andado tão ocupado ultimamente?— Apenas algumas trivialidades. — Respondeu Murilo.— Trivialidades? Pelo que vejo, você está muito envolvido com romances. Eu não sou contra você namorar, mas você sabe sobre aquela mulher. — Disse Mestre Coelho, com uma expressão preocupada.Murilo soltou um sorriso autodepreciativo e respondeu:— Vovô, eu conheço a história dela melhor do que ninguém. Não preciso ouvir isso dos outros. Mestre Coelho riu levemente.— E como você sabe disso, garoto?Murilo deu de ombros.— Se alguém não tivesse reclamado, você não teria me chamado aqui de repente.— Hm, de fato. Recebi algumas mensagens estranhas sobre isso.Murilo man