Ayla sempre achava que alguém estava tentando machucá-la. Para ela, todos pareciam inimigos. Por isso, Alana tinha certeza de que o sequestro não era algo tão simples assim.— Depois que Ayla foi sequestrada, eu a procurei por muito tempo. Quando finalmente a encontrei, ela estava daquele jeito, como no dia em que teve a crise, completamente fora de si. Ela nem sequer me reconhecia, parecia ter enlouquecido. Foram dias de desespero. Todas as noites ela chorava de medo. — Disse Murilo, com a voz carregada de melancolia.Alana franziu levemente as sobrancelhas, preocupada:— Mas o que aconteceu exatamente? Será que Ayla...Murilo deu um sorriso amargo, interrompendo os pensamentos de Alana:— Não, não foi isso. Ela não sofreu nenhum abuso. Mas ela viu coisas horríveis. Pessoas sendo torturadas, ouviu gritos de dor e desespero, e viu muito sangue. O chão estava coberto de sangue. Ela contou ao psicólogo que, toda vez que fechava os olhos, tudo o que via era vermelho. Para ela, o mundo int
Dominado pelo impulso, Diego já havia esquecido completamente de Luana e Telma. Sem pensar duas vezes, ele subiu correndo as escadas do prédio e começou a bater com força na porta do apartamento de Alana.Alana estava no banheiro, retirando a maquiagem. Nem mesmo havia trocado de roupa quando ouviu as batidas insistentes na porta. Era tarde da noite, e ela se perguntou se poderia ser Murilo. Mas ele não tinha acabado de ir embora? Intrigada, ela olhou pelo olho mágico e viu Diego parado ali.Ela fechou o olho mágico imediatamente e optou por ignorá-lo. No entanto, as batidas na porta ficaram mais altas e constantes. Irritada, Alana abriu a porta de repente.— Diego, você está maluco? O que você está fazendo na minha casa a essa hora da noite? — Por que o Murilo te trouxe para casa? Que tipo de relação vocês têm? Você gosta dele? — Perguntou Diego, como um louco, disparando as perguntas uma atrás da outra. Alana respondeu com frieza: — O que isso tem a ver com você? Nós já estamos
Telma falou, aflita:— Agora há pouco, os policiais vieram aqui e levaram Diego. Disseram que ele invadiu uma propriedade privada!— Como assim? Diego não estava em casa o tempo inteiro? Como ele poderia ter invadido alguma coisa? — Perguntou Luana, confusa.— Depois do jantar, Diego ficou estranho, parecia perdido em pensamentos. Por volta das onze horas, ele saiu sozinho. Eu perguntei aonde ele ia, mas ele não me respondeu. — Disse Telma, lembrando-se do estado desorientado em que ele estava antes de sair. De repente, uma suspeita surgiu em sua mente. Será que ele foi...? Na UNIVERSIDADE TURMAN Alana recebeu um e-mail de Renata, uma psicóloga dos Estados Unidos. Desde que Renata havia lido um artigo de Alana, elas mantinham contato por e-mail, discutindo pesquisas e estudos na área da psicologia. O e-mail desta vez era sobre a publicação do artigo de Alana. Renata acreditava que o trabalho dela poderia ser publicado diretamente em uma revista científica de psicologia. Alana j
Alana soltou um suspiro longo, encarando Isadora com um olhar frio e aterrorizante, quase como o de um demônio saído do inferno.— Este é o acordo firmado no meu divórcio com Diego. Certas palavras devem ser escolhidas com cuidado. Caso contrário, quando vocês se arrependerem, pode ser tarde demais.Alana pressionou o botão do telefone fixo em sua mesa:— Segurança, venham aqui imediatamente.— O quê? Agora você quer me matar? Legal! Mãe, cunhada, vocês ouviram, não é? Essa vadia está me ameaçando de morte! — Isadora gritou, histérica. Alana, já sem paciência, levantou-se e deu um tapa no rosto dela:— Já terminou? — Você teve coragem de me bater? — Isadora perguntou, com os olhos cheios de ódio, como se quisesse matá-la naquele instante. — Foi para te fazer acordar. Agora saia da minha sala! — Gritou Alana, furiosa. Luana colocou a mão na boca, incrédula, e logo começou a gritar: — Sua desgraçada! Como ousa bater na minha filha? Você está pedindo para morrer! — Você ousa m
— Assine.A voz fria e grave soou acima de sua cabeça, enquanto uma folha de papel era colocada diante dela. Era um contrato de divórcio. Alana Alves ficou levemente atônita, levantando os olhos para encarar Diego Arruda. Um sorriso amargo surgiu em seus lábios.Então era isso... Não era à toa que, mais cedo, ele havia feito algo completamente inusitado: ligou para ela pela manhã, dizendo que voltaria para casa à noite porque precisava conversar.Ela passou o dia inteiro ansiosa, cheia de expectativas. Pensou que, talvez, depois de três anos de casamento, ele finalmente estivesse disposto a abrir seu coração para ela. Mas, no fim, o que ele tinha a dizer era isso. O ponto final em um casamento que, para ela, já durava uma eternidade, mas, para ele, nunca havia começado de verdade.Alana pegou os papéis sem dizer nada. Seus dedos apertaram levemente as folhas, enquanto ela permanecia em silêncio. Depois de um momento, sua voz saiu rouca:— Tem mesmo que ser assim?Diego franziu as sobra
Alana ouviu a conversa do lado de fora do escritório e abaixou os olhos. Durante todos esses anos como parte da família Arruda, ela sempre se esforçou ao máximo para cuidar de Luana, sua sogra, e de Isadora, a irmã caçula de Diego.Quando Isadora sofreu aquele acidente de carro e precisou passar por uma cirurgia delicada, foi Alana quem ficou noites inteiras no hospital, cuidando dela. Para Luana, ela sempre teve paciência e respeito, tratando-a com o máximo de atenção. Mas, no fim das contas, tudo isso não fez a menor diferença. Não importava o quanto se dedicasse, o desprezo dos Arruda por ela nunca mudou.Pouco depois, o celular tocou. Era Luiza Duarte, a voz dela soava um pouco cansada:— Alana, você realmente não vai? Eu me lembro que você adorava caçar ao ar livre. Sem falar que é sempre uma boa desculpa para dirigir como louca.Alana ficou um instante em silêncio, surpresa. Algumas lembranças vieram à tona, como se alguém tivesse puxado uma corda esquecida em sua mente.Antes de
Sob o olhar atônito de Isadora, Alana segurou a mala com firmeza e saiu sem olhar para trás.Assim que deixou os Arruda, avistou Luiza abaixando o vidro do carro. Ela inclinou a cabeça para fora e, com um sorriso radiante, mandou-lhe um beijo no ar:— Amor, entra logo no carro! Hoje você vai comemorar comigo.Embora tivesse falado em comemoração, Luiza sabia bem que o coração de Alana ainda estava pesado por causa do divórcio. Por isso, resolveu levá-la a um restaurante com temática musical, onde pudessem conversar e descontrair. Ao descobrir o motivo da separação, Luiza não conseguiu conter a indignação:— Foi por causa da Telma de novo? Mas que coisa absurda! O que o Diego viu nela, afinal?Alana mexia lentamente o café com a colher, a voz saindo preguiçosa:— Não sei…Alana nunca chegou a conhecer Telma, a mulher que parecia ser a eterna "primeira-amor" no coração de Diego. Quando Telma foi para o exterior, Alana ainda não fazia parte da vida dele. Tudo o que sabia vinha de rumores:
Alana parou os passos. Sua expressão permanecia tranquila, mas ela não estendeu a mão para retribuir o cumprimento. O rosto de Telma ficou levemente rígido.Ao lado, Diego abriu a boca para quebrar o silêncio, com a voz baixa e grave:— O vovô ficou sabendo da gente. Ele pediu para você ir jantar hoje à noite. Seu celular estava desligado, então vim te buscar.— Entendi. — Alana olhou para o celular e confirmou que estava desligado. Assentiu com a cabeça. — Vou carregar a bateria. Daqui a pouco eu vou.O subtexto era claro: ela não planejava ir junto com eles.Diego franziu as sobrancelhas:— Que tal eu esperar você aqui em baixo?Alana interrompeu-o com um sorriso leve:— Não precisa. Eu vou sozinha.Diante do silêncio dele, Alana desviou o olhar para Telma e lançou calmamente:— E amanhã, às nove da manhã, se você estiver livre, podemos ir buscar o certificado de divórcio.Por algum motivo, Diego sentiu uma inquietação crescer em seu peito:— Está com tanta pressa assim?Alana assen