Ayla sempre achava que alguém estava tentando machucá-la. Para ela, todos pareciam inimigos. Por isso, Alana tinha certeza de que o sequestro não era algo tão simples assim.
— Depois que Ayla foi sequestrada, eu a procurei por muito tempo. Quando finalmente a encontrei, ela estava daquele jeito, como no dia em que teve a crise, completamente fora de si. Ela nem sequer me reconhecia, parecia ter enlouquecido. Foram dias de desespero. Todas as noites ela chorava de medo. — Disse Murilo, com a voz carregada de melancolia.
Alana franziu levemente as sobrancelhas, preocupada:
— Mas o que aconteceu exatamente? Será que Ayla...
Murilo deu um sorriso amargo, interrompendo os pensamentos de Alana:
— Não, não foi isso. Ela não sofreu nenhum abuso. Mas ela viu coisas horríveis. Pessoas sendo torturadas, ouviu gritos de dor e desespero, e viu muito sangue. O chão estava coberto de sangue. Ela contou ao psicólogo que, toda vez que fechava os olhos, tudo o que via era vermelho. Para ela, o mundo int