— Você está mentindo! O diretor nunca tomaria uma decisão sem o aval do conselho administrativo. Não se esqueça de que somos membros do conselho! — Luana gritou, cheia de indignação. Alana nem sequer se deu ao trabalho de olhar para ela e, com evidente impaciência, respondeu:— Por acaso você esqueceu que existe outro conselho administrativo aqui? Assim que o nome de Murilo foi mencionado, Luana perdeu a coragem de continuar discutindo. Telma, tentando manter o controle da situação, deu mais um passo à frente e falou com um tom calmo. — Srta. Alana, na verdade, tudo isso pode ser resolvido de uma forma muito simples. Não precisamos levar as coisas a esse ponto. A família Arruda jamais vai abandonar Isadora. Por que você não pode ser mais generosa e perdoá-los? — Cale a boca! — Alana respondeu friamente, olhando diretamente para Telma. — O que essa história tem a ver com você? Você nem mesmo faz parte da família Arruda. Não venha aqui dar opiniões ou tentar me controlar. E, al
Murilo abraçou Alana e a colocou cuidadosamente dentro do carro. Assim que entrou, Alana conseguiu ver claramente o estado de sua perna. Depois de aplicar as compressas geladas, a região estava muito inchada.Murilo sentou-se no banco do motorista, com uma expressão de culpa. Afinal, foi ele quem entregou o copo térmico para Alana, e também foi ele quem colocou o café quente lá dentro. Se ele não tivesse dado o copo para ela, talvez essa situação não tivesse acontecido. O clima dentro do carro estava pesado. Alana, sentada no banco de trás, podia sentir claramente a atmosfera carregada que vinha de Murilo.— Murilo, no que você está pensando? — Perguntou Alana.Até há pouco tempo, na enfermaria, ele não demonstrava essa expressão tão séria. Será que tinha algo a ver com a família Arruda? — Estava pensando que, se eu não tivesse levado aquele copo térmico hoje, nada disso teria acontecido.Alana ficou surpresa. Não imaginava que Murilo estivesse se culpando por isso. Ela não conseguiu
O som do copo de vidro caindo no chão e se estilhaçando quebrou o silêncio, despertando os dois.Alana, assustada, levantou o olhar. Ayla estava com os olhos arregalados e a boca aberta, encarando fixamente as pernas avermelhadas de Alana, como se estivesse em transe.— Ayla? — Chamou Alana, com a voz baixa e suave.— Ah! — Ayla gritou de repente, cobrindo os ouvidos com as mãos, como se tivesse visto algo aterrorizante. Ela começou a recuar, tomada pelo pânico.— Socorro! Socorro! — Ayla gritava, atormentada, mas logo começou a rir histericamente. — Saiam daqui! Saiam! Vão embora! Socorro! Alana, não!Ela pronunciava palavras desconexas, como se estivesse diante de demônios invisíveis.Murilo, com o rosto carregado de preocupação, franziu as sobrancelhas e se apressou em se aproximar de Ayla, tentando segurá-la:— Ayla, sou eu!Mas a voz de Murilo pareceu despertar em Ayla as lembranças mais aterrorizantes de sua mente. Ela começou a se debater descontroladamente, com lágrimas e muco
Isadora se jogou nos braços de Diego, chorando desesperada:— Irmão! Por favor, me tira daqui! Eu não quero ficar neste lugar! Não tem ninguém para conversar aqui!Luana olhou para a filha com o coração apertado:— Isadora, eu e seu irmão estamos muito preocupados com você. Assim que soubemos do que aconteceu, fomos falar com aquela desgraçada, mas ela não quis te soltar de jeito nenhum! E aquele Murilo? Parece que ele decidiu proteger a Alana a qualquer custo. Mas, sinceramente, o que você tinha na cabeça? Como pôde ser tão imprudente a ponto de mexer com alguém da família Coelho?— Mãe! Eu sei que errei! Eu sei disso! Mas, por favor, me tira daqui! Amanhã todos os jornais vão falar sobre como fui levada pela polícia! Você sabe o quanto isso será humilhante? Eu não vou suportar! Irmão, você vai me ajudar, não vai? — Isadora chorava descontroladamente, enquanto segurava a roupa de Luana com uma mão e a manga de Diego com a outra.Por mais que ela chorasse e implorasse, Diego a olhava c
Murilo pensou por um momento antes de responder.— Não, ela nunca foi queimada antes.— Murilo, se Ayla acordar e tiver outra crise, vou providenciar para que ela seja levada diretamente ao hospital. Claro, continuarei ajudando no tratamento dela. — Declarou Alana com seriedade. Murilo assentiu. Ele sabia que podia confiar nela. Depois de tudo o que havia acontecido, Alana já estava exausta. Ela se largou no sofá, respirando com dificuldade. Além da dor na área queimada, uma pontada incômoda começou a surgir em seu abdômen. Era como se uma lâmina estivesse sendo torcida dentro dela. Alana segurou o estômago, encolhendo-se de dor, e Murilo percebeu imediatamente que algo estava errado. — Alana, o que está acontecendo? — Perguntou Murilo, preocupado. — Meu estômago... — Respondeu Alana, com a voz fraca, enquanto o suor escorria por sua testa. Ela estava tão esgotada que mal conseguia falar. — Você tomou o chá de hortelã?— O de hoje, ainda não.Murilo, já acostumado com a rotin
Meia hora antes, Alana tinha tentado ir até a cozinha para preparar algo para comer, mas a dor em sua perna era insuportável. Sem alternativa, ela acabou ligando para Luiza pedindo ajuda.Enquanto descansava, Alana contou para Luiza tudo o que havia acontecido no concurso, desde o momento em que Isadora jogou café quente nela até o episódio na enfermaria, quando Diego apareceu para confrontá-la.Luiza ouviu tudo com uma expressão de indignação crescente.— Que bando de desgraçados! Essa vaca da Isadora, eu nunca fui com a cara dela! Quando você ainda era cunhada dela, ela já vivia te tratando como uma empregada, como se você fosse a babá dela! E agora que você já se separou daquele traste do Diego, ela ainda quer arranjar confusão com você? Essa mulher é podre até o último fio de cabelo! — Acho que ela queria usar esta competição para provar que é melhor do que eu. Mas roubar as questões foi longe demais. Isso é crime. — Explicou Alana com calma. — Crime? Eu chamo isso de pura burr
— Essa questão não depende só de mim. Não adianta falar comigo, o Diretor Tim já recebeu a garantia da família Coelho de que não vai deixar isso passar. — Disse Alana, com a boca cheia de comida.— Eu só estou preocupada...Enquanto Luiza se perdia em seus pensamentos, alguém bateu na porta. Ela olhou para Alana com dúvida e percebeu que a amiga estava tão confusa quanto ela.Luiza abriu a porta, viu quem estava ali e a fechou com força.Alana continuava comendo:— Quem era?— O cafajeste chegou! — Respondeu Luiza, irritada.— Ele veio fazer o quê? — Perguntou Alana, já impaciente.A batida na porta soou novamente. Luiza abriu a porta mais uma vez:— O que você quer? Aqui ninguém te quer, saia agora!— Preciso falar com a Alana. — Diego colocou o pé na porta e começou a empurrá-la com força.— Você tá maluco, Diego? — Luiza gritou, furiosa.— Diego! Aqui é minha casa! Você machucou minha família, eu tenho todo o direito de chamar a polícia. Sua irmã já está na delegacia, quer ir parar
— Murilo? — Diego estreitou os olhos.Naquele horário, o que ele estava fazendo na casa de Alana?— Vim procurar Alana para tratar de um assunto. Isso não tem nada a ver com o Sr. Murilo, não acha? — Disse Diego.Murilo lançou um olhar gelado para Diego, sua expressão já congelada de frieza.— Alana e Srta. Luiza já disseram que você não é bem-vindo aqui. Se tem tempo para isso, deveria usá-lo pensando em como salvar sua irmã, ao invés de desperdiçá-lo aqui. Sua irmã foi presa porque a escola denunciou o caso à polícia. Isso foi aprovado por unanimidade pelo conselho escolar, não tem nada a ver com Alana.Os olhos de Diego escureceram. Ele observava a postura de Murilo em relação a Alana e sentia o coração se apertar.— Sr. Murilo, a família Arruda também faz parte do conselho escolar, mas até agora não ouvi falar de nenhuma reunião do conselho.Diego pensava que Murilo agia como se fosse o único membro do conselho.Murilo, sem se alterar, deu de ombros, sem se preocupar com os comentá