Paula Moretti
O efeito é instantâneo e caótico. O rosto de Nico se desfaz em pura e simples perplexidade. Ele para, congela, seus olhos arregalados fixos em mim.
— O quê? Agora? — ele pergunta, sua voz uma oitava mais alta.
— A bolsa estourou, Nico — digo, minha voz recuperando um pouco da firmeza, embora meu coração acelere.
É como se alguém tivesse apertado um botão de pânico nele. Ele se levanta tão rápido que a cadeira quase vai ao chão.
— Certo. Certo. Malas. As malas! — ele grita, mais para si mesmo do que para alguém, e sai disparado em direção à escada.
Ouvimos um baque, um grunhido e um.
— Merda! — vindo do hall.
— Nico! — grito, me levantando com cuidado, minhas pernas trêmulas. — Se acalma!
Vincenzo já está a seus pés, segurando o celular. Connie, com Vincent no colo, pergunta, preocupada:
— Você está bem, Paula? São só contrações?
— Só uma leve cólica… — menti, sentindo outra já se formando, mas definida desta vez. Olho para Connie, que entende.
— Você está de oito meses,