Paula Moretti
O silêncio da mansão é o meu maior inimigo. É um manto pesado, opressivo, que abafa cada pequeno ruído e me deixa terrivelmente exposta. Então, quando a porta do quarto é arrombada com um estrondo que parece rasgar o próprio ar, meu coração salta na garganta, não de surpresa, mas de uma esperança agônica.
O barulho foi alto, quase ensurdecedor. Alguém deve ter ouvido. Amir, Layla, um dos incontáveis guardas… alguém.
Mas o silêncio retorna, mais pesado e mais ameaçador do que antes. E eu sei, com uma certeza que congela o sangue nas minhas veias, que não foi o suficiente. Estou sozinha.
Meu olhar se encontra com o de Dante. Ele preenche a moldura da porta, não como um homem, mas como uma sombra materializada. Há algo profundamente maligno em seus olhos, uma escuridão que não é apenas ausência de luz, mas uma presença ativa e sádica.
Parece que ele não está aqui somente para me levar; está aqui para se deleitar com cada segundo do meu terror, para esticar o fio da minha ag