Nicolo Moretti

A confusão dentro de mim era um redemoinho, um conflito silencioso que rasgava as entranhas do que eu sempre fui. O meu corpo, este animal traiçoeiro, gritava uma verdade simples: ela era a certa.

A decisão de lhe dar uma chance, de abrir esta porta minúscula no forte que era o meu coração, parecia a única possível quando a tinha nos braços. Mas a minha mente, essa, sim, a velha e cínica guardiã da minha sobrevivência, sussurrava avisos em tons sombrios.

Cavalo de Troia.

Filha do inimigo.

Sangue de Caterino.

No entanto, quando os meus olhos encontram os dela, todas essas vozes se calaram. A sinceridade que eu via não era somente uma palavra que ela proferiu; era uma força que emanava do seu ser, uma luz teimosa que recusava ser apagada pela minha escuridão.

A sua lealdade… ela não tinha somente jurado. Ela tinha-a mostrado. Mentiu para o próprio pai por mim. Colocou-se entre a minha vulnerabilidade e o desprezo de Caterino.

Esse ato, mais do que qualquer promessa, falou