Liora
James também parecia não saber muito bem o que fazer comigo.
Às vezes, eu me pegava observando ele me observar, aquele olhar calculado, quase clínico, como se tentasse encaixar meu nome numa prateleira onde nada combinava.
Ele tentava me dar pequenas tarefas.Coisas simples, coisas seguras.
Acompanhar uma fêmea no final da gestação, ou ajudar o ancião a organizar as plantas medicinais.
Hoje ele pediu para que eu ajudasse a futura Luna com o bebê.
E eu tentava.Pela Deusa, eu tentava.
Mas, na prática… eu não me sentia muito útil.
Hailey fazia tudo com a confiança tranquila de quem nasceu para ser necessária.
Eu, por outro lado, parecia estar sempre um passo atrás da própria sombra.
Na casa dela, naquela manhã, eu me sentei num canto observando Tobias no Moises no chão da sala, enquanto Hailey terminava de dobrar roupinhas minúsculas. O bebê era uma bolinha quente e pesada contra o meu peito — cheiro de leite, de pele doce, de conforto que eu não sabia se tinha permissão para s